BERGSON, Henri. A Evolução Criadora / L'Évolution Céatrice. Henri Bergson. Prefácios
de Kjell Strömberg; Hallström; vida e obra de Bergson por Jean Guitton;
tradução de Adolfo Casais Monteiro; adaptação e supervisão de Paulo
Rónai; ilustrações de Kischka; retrato do autor e ornatos tipográficos
de Michel Cauvet. Gravura de capa: Picasso. Rio de Janeiro: Editora
Delta, 1964.Os 3 primeiros capítulos são muito interessantes (de onde saem as citações abaixo); mas o “Capítulo IV. O mecanismo cinematográfico do pensamento e a ilusão mecanicista. O devir real e o falso evolucionismo.” é o melhor.
Ele é um tipo de cara que hoje em dia entrou um pouco no esquecimento, mas é bem compreensível o interesse de Paul Valéry e Walter Benjamin tiveram pelos seus textos.
“A duração é o progresso contínuo do passado que rói o futuro e que incha avançando.”
“Logo que saímos dos quadros em que o mecanicismo e o finalismo radical
encerram o nosso pensamento, a realidade surge-nos com um jorrar
ininterrupto de novidades, cada uma das quais, mal acaba de surgir para fazer
o presente, logo recua para o passado: nesse preciso instante cai sob o olhar
da inteligência, cujos olhos se acham eternamente voltados para trás. É o que sucede com a nossa vida interior.”
“Falar duma finalidade é pensar num modêlo pre-existente, ao qual só falta realizar-se. É, portanto, supor, no fundo, que tudo é dado, que o futuro poderia ser lido no presente. É crer que a vida, no seu movimento e na sua totalidade, procede como a nossa inteligência, a qual não é mais do que um ponto de vista imóvel e fragmentado sôbre ela, e que se situa sempre naturalmente fora do tempo. Mas a vida progride e dura. É certo que sempre será possível, lançando os olhos ao caminho já percorrido, assinalar-lhe a direção, notá-la em têrmos psicológicos e falar como se houvesse uma finalidade em vista. E assim também nós falaremos. Mas, do caminho que ia ser percorrido, o espírito humano nada tem a dizer, porque o caminho foi criado a par e passo do ato que o percorria, não sendo senão êsse mesmo ato. Portanto, a evolução deve comportar a todo o momento uma interpretação psicológica que seja, do nosso ponto de vista, a sua melhor explicação, mas tal explicação só tem valor, e até significação, em sentido retroativo. Em caso nenhum a interpretação finalista, tal como a vamos propor, deverá ser tomada como antecipação do futuro. É uma certa visão do passado à luz do presente. Em suma, a concepção clássica da finalidade postula, ao mesmo tempo, demasiado, e demasiado pouco. É larga demais, e estreita demais. Explicando a vida pela inteligência, reduz excessivamente a significação da vida; a inteligência, pelo menos tal como a encontramos em nós, foi afeiçoada pela evolução no decorrer do trajeto; foi recortada em algo mais vasto, ou melhor: é a projeção forçosamente plana duma realidade dotada de relevo e de profundidade. É esta realidade mais compreensiva que verdadeiro finalismo deveria reconstituir, ou antes, apreender, se possível, em uma visão simples.”
“O futuro aparece então como dilatação do presente. Não estava portanto contido no presente sob a forma de fim representado.”
entra/
voltando sempre para Jodorowsky [assim como Mœbius (ou Gir, ou Jean Giraud; como Fernando Pessoa, cada nome dele é um traço: o nome dele, Jean Giraud, de faroeste; Gir é uma passagem para chegar em outro estilo: Mœbius)].
JODOROWSKY, Alexandro 1929- ; MŒBIUS, 1938-2012. Incal, volume um: o incal negro & o incal luminoso / Alexandro Jodorowsky & Mœbius; prefácio Alexandro Jodorowsky; [tradução Marquito Maia]; L’Incal Noir, 1981; e L’Incal Lumière, 1982; Les Humanoïdes Associés Ltda. — São Paulo: Devir, 2006.
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