platão/Πλάτων/a república/η Δημοκρατία/livro vii/sai
Livro vii
“II.
[517a]
E que aquele que tentasse libertar esses prisioneiros de suas cadeias e elevá-los nessa ascensão, se eles tivessem um meio de pegá-lo em suas mãos e matá-lo, não o matariam?
Com certeza, disse ele.
VIII. (...)
525c
(...) Na verdade, disse eu, agora também compreendo, depois do que se [d] disse do conhecimento sobre os cálculos, quanto ele é belo e de muitos modos útil para o que queremos, contanto que alguém o exerça visando ao saber, mas não visando a negociar. (...)
[...]
X.
528b
(...)
É verdade, disse ele, mas esses estudos, ó Sócrates, parece que ainda não estão descobertos.
É que, disse eu, há duas causas: primeiro, porque nenhuma cidade os tem em consideração, pois, sendo difíceis, são pouco investigados; (...) Em primeiro lugar, é difícil encontrá-lo; depois, se encontrado, na situação em que estamos, os que o investigam sobre [c] esses conhecimentos não se deixariam persuadir porque são arrogantes. Mas se a cidade toda vigiasse em comum e honrasse esses conhecimentos, os investigadores se deixariam persuadir e os conhecimentos, investigados sem interrupção e com diligência, tornar-se-iam visíveis em que situação se encontravam; porquanto mesmo atualmente, embora despreparados e cerceados pelo povo e pelos investigadores que não tomam conhecimento de quanto são utilíssimos, apesar de tudo isso, eles crescem com força por causa da sua graça, e nada de extraordinário se eles se [d] mostram prestigiados.
[...]
[536d]
XVI. É preciso então lançá-los, enquanto crianças, nos estudos de cálculo, de geometria e de qualquer instrução preliminar que se deva ensinar antes da dialética, mas não reduzir compulsoriamente a aprendizagem a uma forma inferior de ensino.
(...)
[e] Porque (...) não é necessário que o homem livre faça qualquer estudo sob constrangimento. É que os trabalhos corporais que se fazem à força não tornam o corpo absolutamente pior, mas nenhum estudo forçado permanece na mente.
(...)
Portanto (...) não faças com que as [537a] crianças aprendam à força, mas brincando, a fim de que sejas também mais capaz de observar para onde tende a disposição natural de cada uma.
[...]
XVII.
[539a]
Não é já uma preocupação contínua, não permitir que tenham experiência na dialética enquanto são jovens? [b] Não te passa despercebido, acredito, que os adolescentes, quando têm experiência da dialética pela primeira vez, dela tiram partido como se fosse uma brincadeira, usando-a sempre para contradizer e, imitando os que os confundem, eles próprios confundem os outros, e ficam satisfeitos como cãezinhos, ao puxar e rasgar, pelo exercício da controvérsia os que sempre estão ao seu lado.
(...)
[d]
Então também as palavras que foram ditas antes, todas não estão ditas como uma precaução contra isso, que seriam os naturalmente sábios e firmes que alguém permitiria participar da dialética, e não como agora, em que qualquer arrivista e sem nenhuma afinidade com a dialética, nela se refugia?
Sem dúvida, respondeu.
XVIII.
[540c]
(...) Não penses absolutamente que algo do que tenho dito, tenha sido dito mais com relação a homens do que com relação a mulheres (...).
Está correto, disse ele, se é verdade que elas participarão de tudo pelo menos em igualdade de condições com os homens, conforme nossa longa exposição.
[d] E então, perguntei, concordais que a respeito da cidade e da constituição, nós não temos expressado absolutamente desejos quiméricos, senão que, embora difíceis, são de certo modo possíveis?”
PLATÃO. (428/427– Atenas, 348/347 a.C.) A República; Πλάτων; η Δημοκρατία; A República: Livro VII [tradução, introdução e notas: Eleazar Magalhães Teixeira]; tradução do original em grego. — São Paulo: Folha de S.Paulo, 2021.
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