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O Paternon, Acrópole, Atenas, 447-432 a.C.
Acrópole de Atenas, vista sobre o Partenon, o Erection, o Atená-Parteno a partir dos Propileus
Ictino, Calícrates, Fídias...
Acrópole de Atenas (ainda):
Partenon:
reprodução francesa de como era
Partenon
Acrópole:
Paternon
O Erecteion, Acrópole, 420-405 a.C.
Erecteion
Mas tudo Acrópole ainda:
Propileus (na Acrópole):
Propileus
“Três Lembretes aos Senhores Arquitetos
3. A Planta
A planta é geradora.
Sem planta há desordem, arbitrário.
A planta traz em si a essência da sensação.
Os grandes problemas de amanhã, ditados por necessidades coletivas, colocam de novo a questão da planta. (...)
A arquitetura nada tem a ver com os ‘estilos’.
Ela solicita as faculdades mais elevadas, pela sua própria abstração. A abstração arquitetural tem de particular
e de magnífico o fato de que, se enraizando no dado bruto, o
espiritualiza. O dado bruto só é passível de idéia pela ordem que
projetamos nele.
O volume e a superficie são os elementos através dos quais se manifesta a arquitetura. O volume e a superficie são determinados pela planta. A planta é a geradora. (...)
Terceiro Lembrete: A Planta
A planta é a geradora.
(...)
O
olho observa, na sala, as superfícies múltiplas das paredes e das
abóbadas; as cúpulas determinam espaços; as abóbadas desenvolvem
superfícies; os pilares, as paredes se ajustam segundo razões
compreensíveis. Toda a estrutura se eleva da base e se desenvolve
conforme uma regra que está escrita sobre o solo na planta: formas
belas, variedade de formas, unidade do princípio geométrico. Transmissão
profunda de harmonia: isso é a arquitetura.
A
planta está na base. Sem planta, não há nem grandeza de intenção e de
expressão, nem ritmo, nem volume, nem coerência. Sem planta há essa
sensação insuportável ao homem, de informe, de indigência, de desordem,
de arbitrário.
A
planta necessita a mais ativa imaginaçāo. Necessita também a mais
severa disciplina. A planta é a determinação do todo; é o momento
decisivo. Uma planta não é tão bela para desenhar quanto o rosto de uma
madona; é uma austera abstração; não passa de uma algebrização árida ao
olhar. De qualquer modo, o trabalho do matemático permanece uma das mais
altas atividades do espírito humano.
A ordenação é um ritmo apreensível que reage sobre todo ser humano da mesma maneira.
A
planta traz consigo um ritmo primário determinado: a obra se desenvolve
em extensão e em altura segundo suas prescrições com conseqüências que
se estendem do mais simples ao mais complexo conforme a mesma lei. A
unidade da lei é a lei da boa planta: lei simples infinitamente
modulável.(...)
Mas
perdemos o sentido da planta há cem anos. Os grandes problemas do
amanhã, ditados por necessidades coletivas, estabelecidos sobre
estatísticas e realizados pelo cálculo, põem de novo a questão da
planta. Quando tivermos compreendido a indispensável grandeza de vistas
que é preciso conferir ao traçado das cidades, entraremos num período
que nenhuma época conheceu. As cidades deverão ser concebidas e traçadas
na sua extensão como foram traçados os templos do Oriente e como foram
ordenados os Inválidos ou o Versailles de Luís XIV.
A tecnicidade desta época — técnica da finança e técnica da construção — está preparada para realizar esta tarefa.
Tony Garnier, apoiado por Herriot em Lyon, traçou a Cidade Industrial. (...) Reservando todo juízo sobre a coordenação das zonas dessa Cidade Industrial,
experimentamos as conseqüências benfazejas da ordem. Onde reina a
ordem, nasce o bem-estar. Pela feliz criação de um sistema de
loteamento, os bairros residenciais, mesmo operários, assumem uma alta
significação arquitetural. Tal é a conseqüência de uma planta.No
anual estado de espera (porque o urbanismo moderno ainda não nasceu) os
mais belos bairros de nossas cidades deveriam ser os bairros de
fábricas onde as causas de grandeza, de estilo, — a geometria, —
resultam do próprio problema. A planta falhou, tem falhado até aqui. A
admirável ordem, que certamente reina no interior dos armazens e das
oficinas, ditou a estrutura das máquinas e dirige seus movimentos,
condiciona cada gesto das equipes; mas a sujeira infecta os arredores e a
incoerência imperava quando o fio de prumo e o esquadro fixaram a
implantação dos edifícios, tornando sua ampliação caduca, custosa e
perigosa.
Uma planta teria bastado. Uma planta bastará. Os excessos do mal conduzirão a ela.
(...) Está
na hora de repudiar o atual traçado de nossas cidades pelo qual se
acumulam os edifícios empilhados, se enlaçam as ruas estreitas cheias de
barulho, de fedor de gasolina [1923!]
e de poeira e onde os andares têm suas janelas plenamente abertas sobre
essas sujeiras. As grandes cidades se tornaram demasiadamente densas
para a segurança dos habitantes mas não suficientemente densas para
responder ao fenomeno inédito dos ‘negócios’.
[...]
É necessário tender para o estabelecimento de padrões para poder enfrentar o problema da perfeição.
O Parthenon é um produto de seleção aplicada a um padrão.
A arquitetura age sobre os padrões.
Os padrões são coisa de lógica, de análise, de estudo escrupuloso; são estabelecidos a partir de um problema bem colocado. A experimentação fixa definitivamente o padrão.
Há um espírito novo: é um espírito de construção e de síntese, guiado por uma concepção clara.
Programa do ‘Esprit Nouveau’, n1, outubro 1920.
É
preciso tender para o estabelecimento de padrões para enfrentar o
problema da perfeição.
O Parthenon é um produto de selecção aplicado a um padrão estabelecido. Desde um século o templo grego já estava organizado em todos seus elementos.
(...)
O padrão é uma necessidade de ordem trazida para o trabalho humano.
O
padrão se estabelece sobre bases certas, não arbitrariamente, mas com a
segurança das coisas motivadas e de uma lógica controlada pela análise e
pela experimentação.
Todos os homens têm o mesmo organismo, mesmas funções.
Todos os homens têm as mesmas necessidades.
O
contrato social que evolui através das idades determina classes,
funções, necessidades padronizadas, gerando produtos de uso padronizado.
A casa é um produto necessário ao homem.(...)
Estabelecer
um padrão é esgotar todas as possibilidades práticas e razoáveis,
deduzir um tipo reconhecido conforme as funções, com rendimento máximo,
com emprego mínimo de meios, mão-de-obra e matéria, palavras, formas,
cores, sons.
[...]
A Ordenação
O
eixo é talvez a primeira manifestação humana; é o meio de todo ato
humano. A criança que titubeia tende para o eixo, o homem que luta na
tempestada da vida se traça um eixo. O eixo é o ordenador da
arquitetura. Fazer ordem, é começar uma obra. A arquitetura se
estabelece sobre eixos. Os eixos da Escola de Belas-Artes são uma
calamidade da arquitetura. O eixo é uma linha de conduta para um fim. Em
arquitetura, é necessário um fim para o eixo. Na Escola esqueceu-se
disso e os eixos se cruzam em estrelas, todos para o infinito, o
indefinido, o desconhecido, o nada, sem fim. (...)
A ordenação é a hierarquia dos eixos, logo a hierarquia dos fins, a classificação das intenções.
Logo,
o arquiteto confere fins a seus eixos. Esses fins, é a parede (o cheio,
sensação sensorial) ou a luz, o espaço (sensação sensorial).
Na
realidade, os eixos não se percebem do alto como mostra a planta na
prancheta de desenho, porém no solo o homem estando de pé e olhando
diante dele. O olho vê longe e, objetiva imperturbável, vê tudo, mesmo
para além das intenções e das vontades. O eixo da Acrópole vai do Pireu
até o Pentélico, do mar à montanha. Dos Propileus, perpendicular ao
eixo, ao longe no horizonte, o mar. Horizonte perpendicular à direção
que lhe imprimiu a arquitetura onde você está, percepção ortogonal que
deve ser levada em conta. Alta arquitetura: a Acrópole estende seus
efeitos até o horizonte. Dos Propileus no outro sentido, a estátua de
Atená, no eixo [não mais], e o Pentélico no fundo. Isso conta. E porque
estão fora desse eixo violento, o Partenon à direita e o Erecteion à
esquerda, você tem a oportunidade de vê-los em três quartos, na
sua fisionomia total. Não se deve por as coisas da arquitetura todas
sobre eixos, porque seriam como as pessoas que falam ao mesmo tempo.”
Por uma arquitetura / Le Corbusier
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