Bertolt Brecht/Poemas 1913-1956/Paulo César de Souza/continua
1926-1933
Poemas de um Manual para Habitantes das Cidades
1.
Apague as pegadas
Separe-se de seus amigos na estação
De manhã vá à cidade com o casaco abotoado
Procure alojamento, e quando seu camarada bater
Não, oh, não abra a porta
Mas sim
Apague as pegadas!
Se encontrar seus pais na cidade de Hamburgo ou em outro lugar
Passe por eles como um estranho, vire na esquina, não os reconheça
Abaixe sobre o rosto o chapéu que lhes deram
Não, oh, não mostre seu rosto
Mas sim
Apague as pegadas!
Coma a carne que aí está. Não poupe.
Entre em qualquer casa quando chover, sente em qualquer cadeira
Mas não permaneça sentado. E não esqueça seu chapéu
Estou lhe dizendo:
Apague as pegadas!
O que você disser, não diga duas vezes.
Encontrando o seu pensamento em outra pessoa: negue-o.
Quem não escreveu sua assinatura, quem não deixou retrato
Quem não estava presente, quem nada falou
Como poderão apanhá-lo?
Apague as pegadas!
Cuide, quando pensar em morrer
Para eu não haja sepultura revelando onde jaz
Com uma clara inscrição a lhe denunciar
E o ano de sua morte a lhe entregar
Mais uma vez:
Apague as pegadas!
(Assim me foi ensinado)
2.
A Cronos
Não queremos sair de sua casa
Não queremos destruir o fogão
Queremos pôr a panela no fogão.
Casa, fogão e panela podem permanecer
E você deve desaparecer como a fumaça no céu
Que ninguém segura.
Quando quiser se apegar a nós, iremos embora
Quando sua mulher chorar, esconderemos o rosto no chapéu
Mas quando lhe vierem apanhar nós apontaremos para você
E diremos: Deve ser ele.
Mas a você não mais queremos.
Antes que se vá
Vamos cobrir as janelas, para que não amanheça.
Às cidades é permitido mudar
Mas a você não é permitido mudar.
As pedras queremos persuadir
Mas a você queremos matar
Não deve viver.
Não importa em que mentiras temos que crer:
Você não pode haver sido.
(Assim falamos com nossos pais.)
4.
Eu sei de que preciso.
Eu simplesmente olho no espelho
E vejo que devo
Dormir mais; o homem
Que tenho me prejudica.
Quando me ouço cantando, digo:
Hoje estou alegre; isso é bom para
A tez.
Eu me esforço
Em permanecer saudável e firme, mas
Não me cansarei; isso
Produz rugas.
Nada tenho para dar, mas
Minha ração me basta.
Eu como com cuidado; eu vivo
Lentamente; sou
Pelo caminho do meio.
(Assim vi gente se esforçar.)
12.
Inestimável é
Uma grande cabeça.
Ele faz aquilo que você também faria.
Ele faz bem menos do que o que você supõe!
Ele está a par.
Onde outros ainda vêem uma saída
Ele desiste.
Em algo que traz dificuldades
Ele não acredita. Por que
Deveria algo do interesse geral
Trazer dificuldades?
Uma grande cabeça reconhece-se no fato
De que tem apetite para maçãs
Quando pessoas em número suficiente
Têm apetite para maçãs e
Há maçãs suficientes para todas.
Você é uma grande cabeça?
Então cuide para que a cidade cresça
A vida comercial floresça
E a humanidade se multiplique!
15.
Sempre que
Olho para este homem
Ele não bebeu e
Tem a mesma risada
Eu penso: as coisas melhoram.
A primavera vem; vem um bom tempo
O tempo que passou
Retornou
O amor começa novamente, breve
Será como antes.
Após ter conversado com ele
Ele comeu e não vai embora
Fala comigo e
Está sem o chapéu
Eu penso: tudo vai ficar bom
O tempo de costume terminou
Pode-se falar
Com um sujeito, ele ouve
O amor começa novamente, breve
Será como antes.
Não volta para cima.
Quando a ferida
Não dói mais
Dói a cicatriz.
CANTO DAS MÁQUINAS
Isto não é o vento nas árvores, meu menino
Não é uma canção para a estrela solitária
É o bramido selvagem da nossa labuta diária
Nós o amaldiçoamos e o elegemos
Pois é a voz de nossas cidades
É a canção que em nós cala fundo
É a linguagem que entendemos
Em breve a língua-mãe do mundo.
O Dinheiro
Diante do florim, criança, não tenha medo
Pelo florim, criança, você deve ansiar.
Ao trabalho não o quero seduzir.
Para o trabalho o homem não foi feito.
Mas do dinheiro não se pode prescindir!
Pelo dinheiro é preciso ter respeito!
O homem para o dinheiro é uma caça.
Grande é a maldade no mundo inteiro.
Por isso junte bastante, mesmo com trapaça
Pois ainda maior é o amor ao dinheiro.
Com dinheiro, a você todos se apegam.
É tão benvindo como a luz do sol.
Sem dinheiro, os próprios filhos o renegam:
Você não vale mais do que um caracol.
Com dinheiro não precisa baixar a cabeça!
Sem dinheiro é mais fácil a fama.
Dinheiro faz com que você aconteça.
Dinheiro é verdade. Dinheiro é flama.
O que seu bem disser, pode acreditar.
Mas sem dinheiro não busque o seu mel.
Sem dinheiro ela lhe será roubada.
Somente um cão lhe será fiel.
Os homens colocam o dinheiro em grande altura
Acima do filho de Deus, o Herdeiro.
Querendo roubar a paz de um inimigo já na sepultura
Escreva na sua laje: Aqui Jaz Dinheiro.
Abre os olhos sob a água, lava-os —
Enxuga-te com a toalha áspera e lança
Começa assim
Um dia belo e útil.
Sim, fundar um banco
Todos devem achar correto
Não podendo herdar fortuna
É preciso juntá-la de algum jeito.
Para isso as ações são melhores
Do que faca ou revólver.
Mas uma coisa é fatal.
É preciso capital inicial.
E não havendo dinheiro
Onde obter, senão roubando-o?
Ah, sobre isso não vamos discutir
Onde o obtiveram os outros bancos?
De algum lugar ele veio
De alguém ele foi tirado.
Quem Não Sabe de Ajuda
Como pode a voz que vem das casas
Ser a da justiça
Se nos pátios estão os desabrigados?
Como pode não ser um embusteiro aquele que
Ensina os famintos outras coisas
Que não a maneira de abolir a fome?
Quem não dá o pão ao faminto
Quer a violência.
Quem na canoa não tem
Lugar para os que se afogam
Não tem compaixão.
Quem não sabe de ajuda
Que cale.
Com Cuidado Examino
Com cuidado examino
Meu plano: ele é
Grande, ele é
Irrealizável.
Canção do Esporte
Vindo das habitações cheias
Das ruas escuras de cidades em conflito
Vocês se encontram
Para juntos lutar.
Aprendam a vencer.
Com os centavos da privação
Compraram as canoas
O dinheiro para o transporte
Pouparam o alimento.
Aprendam a vencer!
Saindo da luta extenuante pelo necessário
Por algumas horas
Vocês se encontram
Para juntos lutar.
Aprendam a vencer!
A primavera
1
A primavera chega.
O jogo dos sexos se renova
Os amantes se procuram.
Um toque gentil da mão do seu amado
Faz o peito da moça estremecer.
Dela, um simples olhar o seduz.
2
Sob nova luz
Aparece a paisagem aos amantes na primavera.
Numa grande altura são vistos
Os primeiros bandos de pássaros.
O ar se torna cálido.
Os dias se tornam longos
E os campos ficam claros por longo tempo.
3
Desmedido é o crescimento
Das árvores e pastagens da primavera.
Incessantemente fecunda
É a floresta, e os prados e os jardins.
A terra faz nascer o novo
Sem medo.
Balada da gota d’água no oceano
1
O verão chega, e o céu do verão
Ilumina também vocês.
Morna é a água, e na água morna
Também vocês se banham.
Nos prados verdes vocês
Armaram suas barracas. As ruas
Ouvem os seus cantos. A floresta
Acolhe vocês. Logo
É o fim da miséria? Há alguma melhora?
Tudo dá certo? Chegou então sua hora?
O mundo segue seu plano? Não:
É só uma gota no oceano.
2
A floresta acolheu os rejeitados. O céu bonito
Brilha sobre desesperançados. As barracas de verão
Abrigam gente sem teto. A gente que se banha na água morna
Não comeu. A gente
Que andava na estrada apenas continuou
Sua incessante busca de trabalho.
Não é o fim da miséria. Não há melhora.
Nada vai certo. Não chegou sua hora.
O mundo não segue seu plano:
É só uma gota no oceano.
3
Vocês se contentarão com o céu luminoso?
Não mais sairão da água morna?
Ficarão retidos na floresta?
Estarão sendo iludidos? Sendo consolados?
O mundo espera por suas exigências.
Precisa de seu descontentamento, suas sugestões.
O mundo olha para vocês com um resto de esperança.
É tempo de não mais se contentarem
Com essas gotas no oceano.
Acredite apenas
Acredite apenas no que seus olhos veem e seus ouvidos ouvem!
Também não acredite no que seus olhos veem e seus ouvidos ouvem!
Saiba também que não crer algo significa algo crer!
Abrigo noturno
Soube que em Nova Iorque
Na esquina da Rua 26 com a Broadway
Todas as noites do inverno há um homem
Que arranja abrigo noturno para os que ali não têm teto
Fazendo pedidos aos passantes.
O mundo não vai mudar com isso
As relações entre os homens não vão melhorar
A era da exploração não vai durar menos
Mas alguns homens têm um abrigo noturno
Por uma noite o vento é mantido longe deles
A neve que cairia sobre eles cai na calçada.
Não ponha de lado o livro, você que me lê.
Alguns homens tem um abrigo noturno
Por uma noite o vento é mantido longe deles
A neve que cairia sobre eles cai na calçada
Mas o mundo não vai mudar com isso
As relações entre os homens não vão melhorar
A era da exploração não vai durar menos.
Eu, que nada mais amo
Eu, que nada mais amo
Do que a insatisfação com o que se pode mudar
Nada mais detesto
Do que a insatisfação com o que não se pode mudar
Soube que vocês nada querem aprender
Soube que vocês nada querem aprender
Então devo concluir que são milionários.
Seu futuro está garantido – à sua frente
Iluminado. Seus pais
Cuidaram para que seus pés
Não topassem com nenhuma pedra. Neste caso
Você nada precisa aprender. Assim como é
Pode ficar.
Havendo ainda dificuldades, pois os tempos
Como ouvi dizer, são incertos
Você tem seus líderes, que lhe dizem exatamente
O que tem a fazer, para que vocês estejam bem.
Eles leram aqueles que sabem
As verdades válidas para todos os tempos
E as receitas que sempre funcionam.
Onde há tantos a seu favor
Você não precisa levantar um dedo.
Sem dúvida, se fosse diferente
Você teria que aprender.
De todas as obras
De todas as obras humanas, as que mais amo
São as que foram usadas.
Os recipientes de cobre com as bordas achatadas, e com mossas
Os garfos e facas cujos cabos de madeira
Foram gastos por muitas mãos; tais formas
São para mim as mais nobres. Assim também as lajes
Em volta das velhas casas, pisadas e
Polidas por muitos pés, e entre as quais
Crescem tufos de grana: estas
São obras felizes.
Admitidas no hábito de muitos
Com frequência mudadas, aperfeiçoam seu formato e tornam-se valiosas
Porque delas tanto se valeram.
Mesmo as esculturas quebradas
Com suas mãos decepadas, me são queridas. Também elas
São vivas para mim. Deixaram-nas cair, mas foram carregadas.
Embora acidentadas, jamais estiveram altas demais.
As construções quase em ruína
Têm de novo a aparência de incompletas
Planejadas generosamente: suas belas proporções
Já podem ser adivinhadas, ainda necessitam porém
De nossa compreensão. Por outro lado
Elas já serviram, sim, já foram superadas. Tudo isso
Me contenta.
Sobre a maneira de construir
obras duradouras
I
1
Quanto tempo
Duram as obras? Tanto quanto
Ainda não estão completas.
Pois enquanto exigem trabalho
Não entram em decadência.
Convidando ao trabalho
Retribuindo a participação
Sua existência dura tanto quanto
Convidam e retribuem.
As úteis
Requerem gente
As artísticas
Têm lugar para a arte
As sábias
Requerem sabedoria
As duradouras
Estão sempre para ruir
As planejadas com grandeza
São incompletas.
Ainda imperfeitas
Como o muro que espera pela hera
(Ele foi incompleto
Há muito, antes de vir a hera, nu)
Ainda pouco sólida
Como a máquina que é utilizada
Mas não satisfaz
Mas é promessa de uma melhor
Assim deve ser construída
A obra para durar
Como a máquina cheia de defeitos.
2
Assim também os jogos que inventamos
São incompletos, esperamos;
E os objetos que servem para jogar
O que são deles sem as marcas
De muitos dedos, aqueles lugares aparentemente danificados
Que produzem a nobreza da forma;
E também as palavras cujo sentido
Muitas vezes mudou
Com os que a usaram.
3
Nunca ir adiante sem primeiro
Voltar para checar a direção!
Os que perguntam são aqueles
A quem darás resposta, mas
Os que te ouvirão são aqueles
Que farão as perguntas.
Quem falará?
O que ainda não falou.
Quem entrará?
O que ainda não entrou.
Aqueles cuja posição parece insignificante
Quando se olha para eles
Estes são
Os poderosos de amanhã
Os que necessitam de ti, esses
Deverão ter o poder.
Quem dará duração às obras?
Os que viverão no tempo delas.
Quem escolher como construtores?
Os ainda não nascidos.
Não deves perguntar: com serão eles? Mas sim
Determinar.
II
Se deve ser dito algo que não será compreendido imediatamente
Se for dado um conselho cuja aplicação toma tempo
Se a fraqueza dos homens é temida
A perseverança dos inimigos, as catástrofes que tudo destroem
Então deve-se dar às obras uma longa duração.
III
O desejo de fazer obras de longa duração
Nem sempre deve ser saudado.
Quem se dirige aos não-nascidos
Muitas vezes nada faz pelo nascimento.
Não luta e no entanto quer a vitória.
Não vê inimigo
A não ser o esquecimento.
Por que deveria todo vento durar eternamente?
Uma boa sentença pode ser lembrada
Enquanto retornar a ocasião
Em que foi boa.
Certas experiências, transmitidas em forma perfeita
Enriquecem a humanidade
Mas a riqueza pode se tornar demasiada
Não só as experiências
Também as lembranças envelhecem.
Por isso o desejo de emprestar duração às obras
Nem sempre deve ser saudado.
NÃO DESPERDICEM UM SÓ PENSAMENTO
1
Não desperdicem um só pensamento
Com o que não pode mudar!
Não levantem um dedo
Para o que não pode ser melhorado!
Com o que não pode ser salvo
Não vertam uma lágrima! Mas
O que existe distribuam aos famintos
Façam realizar-se o possível e esmaguem
Esmaguem o patife egoísta que lhes atrapalha os movimentos
Quando retiram do poço seu irmão, com as cordas que existem em abundância.
Não desperdicem um só pensamento com o que não muda!
Mas retirem toda a humanidade sofredora do poço
Com as cordas que existem em abundância!
2
Que triunfo significa o que é útil!
Mesmo o alpinista sem amarras, que nada prometeu a ninguém, somente a si mesmo
Alegra-se ao alcançar o topo e triunfar
Porque sua força lhe foi útil ali, e portanto também o seria
Em outro lugar. E após ele vêm os homens
Arrastando seus instrumentos e suas medidas ao pico agora escalável
Instrumentos que avaliam o tempo para ao camponeses e para os aviões.
3
Aquele sentimento de participação e triunfo
De que somos tomados ante as imagens da revolta no encouraçado Potemkin
No instante em que os marinheiros jogam seus algozes na água
É o mesmo sentimento de participação e triunfo
Ante as imagens que nos mostram o primeiro voo sobre o Polo Sul.
Eu presenciei como
Mesmo os exploradores foram tomados por aquele sentimento
Diante da ação dos marinheiros revolucionários: assim
Até mesmo a escória participou
Da irresistível sedução do Possível, e das severas alegrias da Lógica.
Assim como os técnicos desejam por fim dirigir na
velocidade máxima
O carro sempre aperfeiçoado e construído com tamanho
esforço
Para dele extrair tudo o que possui, e o camponês deseja
Retalhar a terra com o arado novo, assim como os construtores de ponte
Querem largar a draga gigante sobre o cascalho do rio
Também nós desejamos dirigir o máximo e levar ao fim
A obra de aperfeiçoamento deste planeta
Para toda a humanidade vivente.
OS BOLCHEVIQUES DESCOBREM NO
VERÃO DE 1917, NO SMOLNY, ONDE
O POVO ESTAVA REPRESENTADO: NA COZINHA
Quando a Revolução de Fevereiro havia terminado e o movimento das massas
Estava parado
A guerra ainda não havia chegado ao fim. Os camponeses
Estavam sem terra, os operários eram oprimidos e passavam fome.
Mas os sovietes eram eleitos por todos e representavam alguns poucos.
Quando tudo permanecia como antes e nada mudava
Os bolcheviques andavam nos sovietes como criminosos
Pois continuavam exigindo que as armas
Fossem apontadas contra o verdadeiro inimigo do
Proletariado: os dominadores.
Eram tidos como traidores, considerados contra-revolucionários
Representantes de bandidos. O seu líder Lênin
Chamado de espião mercenário, escondia-se num celeiro.
Para onde olhavam, os olhares
Desviavam, silêncio os recebia.
Viam as massas marcharem sob outras bandeiras.
Erguia-se a burguesia dos generais e comerciantes
E a causa dos bolcheviques parecia perdida.
Durante esse tempo eles trabalharam como de costume
Sem dar atenção à algazarra e sem se abater com a franca deserção
Daqueles por quem lutavam. Continuaram, sim
Tomando o partido dos mais pobres
Com esforços sempre renovados.
E atentaram, segundo seu próprio relato, para coisas desse tipo:
Na cantina do Smolny observaram que
Quando a comida, sopa de repolho e chá, era servida
O garçon do Comitê Executivo, um soldado
Oferecia aos bolcheviques um chá mais quente e
Pão com mais manteiga, e ao servir
Evitava olhar para eles. Então perceberam:
Simpatizava com eles e escondia isso
Dos superiores, e assim também todo o pessoal inferior
Do Smolny, guardas, mensageiros, sentinelas,
Inclinava-se visivelmente a favor deles.
E quando viram isso disseram:
“Nossa causa está ganha pela metade”.
Pois o menor movimento por parte dessa gente
Afirmação ou olhar, mas também silêncio e desvio do olhar
Era para eles importante. E por essa gente
Serem considerados amigos — este o seu objetivo maior.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial