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“Baudelaire, como escritor, cinha um grande defeito do qual não se dava conta: era ignorante.
O que sabia, sabia-o bem, mas sabia pouco. A história, a fisiologia, a arqueologia, a filosofia
lhe escapavam... O mundo exterior pouco lhe interessava; talvez o percebesse, mas certamente
não o estudava.” Maxime du Camp, Souvenirs Littéraires, vol. II, Paris, 1906, p. 65.
[J 18, 4]
Extraído de avaliações de professores do colégio Louis-le-Grand sobre Baudelaire: “É espirituoso.
Um pouco de mau gosto” (em Retórica). “Conduta algumas vezes bastante dispersa. Este
aluno, e ele mesmo o diz, parece persuadido de que a história é perfeitamente inútil” (em
História). — Carta ao padrasto, de 1 1 de agosto de 1839, após ser aprovado: “Meu exame foi
bem medíocre, exceto o de latim e o de grego - muito bem -, foi o que me salvou.” Charles
Baudelaire, Vers Latins, ed. org. por Tules Mouquet, Paris, 1933, pp. 17, 18, 26.
[J 18, 5]
[...]
Passagens principais sobre a inconveniência da paixão na arte: o segundo prefácio a Poe, o
estudo sobre Gautier.
[J 18a, 2]
[...]
Seillière observa que os poemas apócrifos, atribuídos a Baudelaire, seriam todos necrófilos
(p 152).
[J 18a, 9]
[...]
Baudelaire, 1846: “Vocês já experimentaram, todos vocês, cuja curiosidade de flâneur
muitas vezes já os meteu em alguma manifestação pública, a mesma alegria que eu ao ver
um guardião do sono público, um sargento de cidade ou municipal, espancar um republicano? E, como eu, vocês disseram em seu coração: espanca, espanca um pouco mais
... o homem que você espanca é um inimigo das artes e dos perfumes, um fanático das
ferramentas; é um inimigo de Watteau, um inimigo de Rafael.” Cit. em R. Trial, La
Maladie de Baudelaire, Paris, 1926, p. 51.
[J 19a, 2]
[...]
Poe: “Eu só poderia amar, dirá ele claramente, se a morte misturasse seu alento ao da
Beleza!” Cit. em Ernest Seillière, Baudelaire, Paris, 1931, p. 229- O autor lembra que aos
quinze anos, após a morte da Sra. Jane Stanard, Poe passava longas noites, muitas vezes sob
chuva, no cemitério, junto ao túmulo dela.
[J 19a, 8]
[...]
Jules Romains (Les Hommes de Bonne Volonté, vol. II, Crime de Quinette , Paris, 1932,
p. 171) compara o flâneur ao “bom nadador de Baudelaire, ‘que se extasia nas ondas’.”
[J 20a, 5]
BENJAMIN, Walter (1892-1940). Passagens / Das Passagen-Werk / Walter Benjamin; edição alemã de Rolf Tiedemann; organização da edição brasileira Willi Bolle; colaboração na organização da edição brasileira Olgária Chain Féres Matos; tradução do alemão Irene Aron; tradução do francês Cleonice Paes Barreto Mourão; revisão técnica Patrícia de Freitas Camargo; pósfácios Willie Bolle e Olgária Chain Féres Matos; introdução à edição alemã (1982) Rolf Tiedemann. — Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.
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