25.9.06

Osesp toca Debussy e Strauss


A orquestra tocará duas obras de Richard Strauss e duas de Claude Debussy: a ondulação de La Mer e o Prélude à l’après-midi d’un faune, composição a partir do poema de Mallarmé que inaugurou a música moderna.

Quinta (28) e sexta (29), às 21h, e sábado (30), às 16h30, na Sala São Paulo.

fragmento de L’après-midi d’un faune

“Et qu’au prélude lent ou naissent les titeaux,


“Ced vol de cygnes, non! ded naïads se sauve



“Ou plonge…”


(poema de Stéphane Mallarmé)



fragmento de A tarde de verão de um fauno
A tarde de um fauno
A sesta de um fauno

E que ao lento prelúdio onde nascem as flautas,
E que ao prelúdio lento em que nascem as flautas,
E que ao lento prelúdio das varas de visgo,
Este arroubo de cisnes, ou náiades! foge
Este vôo de cisnes, náiades! se esquiva
Esses signos no ar, mulheres! ludibriam
Ou mergulha....
Ou imerge...
Ou afundam...”


tridução de Décio Pignatari

P.S.– Estou atualizando o blog com muito menos freqüência, pois estou sem internet em casa.

18.9.06

Quarteto de Leipzig


Grupo que apresenta sempre obras diferenciadas tocará Different Trains, do norte-americano Steve Reich – o único compositor interessante da chamada Música Minimalista.
A obra com repetições executadas por quarteto de cordas e manipulações de vozes pré-gravadas é sobre o Holocausto e já foi definida pelo compositor como “documentário vídeo de teatro musical”

Quinta (21), sexta (22) e quarta (27), às 21h, no Espaço Cultural.

8.9.06

Orquestra Filarmônica Real de Galícia


Orquestra especializada em compositores espanhóis (mas não apenas) tocará sob a regência do catalão Antoni Ros Marbá grandes obras — como El Sombrero de Tres Picos e El Amor Brujo — do espanhol Manuel de Falla, que misturou Debussy e Stravinsky com música popular, e o Concerto para Piano nº 4 de Ludwig van Beethoven, entre outras coisas.

Segunda (11) e terça (12), às 21h, no Teatro Cultura Artística.

1.9.06

Quarteto para o Fim dos Tempos


Uma das peças de câmara mais importantes do século XX. Olivier Messiaen compôs o quarteto enquanto era prisioneiro em um campo de concentração. O título refere-se tanto ao apocalipse quanto ao fim dos tempos musicais organizados em compassos regulares.

Domingo, dia 3, às 16h, na Pinacoteca.


Luís Afonso Montanha clarineta
Luiz Amato violino
Raiff Dantas Barreto violoncelo
Paulo Braga piano

24.8.06

Kent Nagano rege Youth Orchestra of the Americas e Europa Chor Akademie

Nagano, discípulo de Olivier Messiaen, regerá a engajada orquestra e o competente coral na Paixão Segundo São Mateus, rica obra religiosa e a mais famosa das Paixões escritas por Johan Sebastian Bach — o arquiteto da Música Ocidental.

Domingo (27) e segunda (28), às 21h, na Sala São Paulo.

9.8.06

41º Festival Música Nova


ou: como Tirar o Mofo dos Ouvidos sem Pagar Nada em Troca

O que é?
41º Festival Música Nova — o mais tradicional festival de música contemporânea da América Latina. Anual, criado e sempre organizado pelo compositor Gilberto Mendes (desde a última edição, apenas Diretor Artístico).

Por que ir?
Para ouvir a música de nosso tempo. O festival sempre apresenta importantes obras (muitas em estréia nacional), de importantes compositores (muitos presentes nos concertos), por importantes músicos e grupos orquestrais estrangeiros e brasileiros.

Quando?
Entre os dias 10 e 22.

Quanto?
Como sempre, todos os concertos são DE GRAÇA.

Destaques?
Difícil dizer, mas vai aí uma lista pessoal e idiossincrática:

13, domingo, 22h30 — Ensemble Orchestral Contemporain
O competente grupo francês, que já se apresentou no festival passado, terá acompanhamento de eletrônica a cargo de Flo Menezes e sua orquestra de alto-falantes — PUTS. Obras de Luciano Berio, Xu Yi, Pierre Jodlowski e do próprio Menezes.

14, segunda, 21h — Percorso Ensemble e Céline Imbert
A soprano acompanhada pelo excelente ensemble brasileiro interpretará canções de Arrigo Barnabé, Eduardo Guimarães Álvares e Luciano Berio.

15, terça, 21h — Duo Diorama
Obras contemporâneas para violino e piano. Destaque para Dikhthas, de Iannis Xenakis.

21, segunda, 21h — Ensemble Aventure (Alemanha)
Entre outras pérolas, Octandre, de Edgar Varèse.

22, terça, 21h — Apartment House
Teatro Musical. Destaque para Acoustica, do argentino Mauricio Kagel — um dos mais inventivos compositores do século XX, e o maior nome do Teatro Musical.

Onde?
Dia 10 — Abertura no CineSesc, com o filme “A Odisséia Musical de Gilberto Mendes”, de Carlos de Moura Ribeiro Mendes (filho do compositor) e recital do saxofonista Roberto Sion.
Do dia 11 ao dia 13 — Auditório Ibirapuera.
Do dia 14 ao dia 22 — Teatro Sesc Anchieta, no Sesc Consolação.

Mais informações?
No site oficial
e
Entrevista que fiz com Gilberto Mendes por ocasião do festival passado.

6.8.06

Jean-Philippe Martignoni


Hoje, Jean-Philippe Martignoni, do Quarteto Parisii, voltou para França. Ele toca aquele instrumento já tão elogiado neste espaço: o violoncelo.
Tivemos conversas muito interessantes em todos os últimos três dias — sobre música clássica, música contemporânea, o maravilhoso quarteto de Claude Debussy (com o terceiro movimento lento e o segundo com seus pizzicatos), sobre Pierre Boulez (do qual fizeram a primeira gravação integral do Livre pour Quatuor, com supervisão do próprio compositor) e a relação obra de Boulez com a poesia de Mallarmé, e sobre um assunto que Jean-Philippe queria muito saber: música popular brasileira — apresentei para ele discos de Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e Baden Powell (que ele adorou).
Ele falou para mantermos contato via e-mail, e que vai me mandar CDs de Paris.
Grande figura, grande quarteto, grande música.

Abaixo, fragmento d'O LIVRO (LE LIVRE):

  Il suffit pour satis-
 faire notre espirit —

   de l’équivalence
  de lumière que con-
tient un lustre.

   Le lustre assure
     le Th.
 Qui
suffit à l’esprit.
      86(B)


(Stéphane Mallarmé)


  Bastaria para satis-
 fazer nosso espírito —

   a equivalência
  de luz que con-
tém um lustre.

   O lustre assegura
     o T.
que basta ao espírito.
      86(B)

(José Lino Grünewald)

4.8.06

Willy Corrêa de Oliveira


(poema de Décio Pignatari, que foi musicado por Willy Correa de Oliveira na época do movimento Musica Nova)



Recital de lançamento de álbuns e partituras de um dos grandes compositores brasileiros vivos. Formações com soprano, flauta, trompete, oboé, viola, piano e percussão, com grandes músicos
como Marcelo Jaffé e Joaquim Abreu (Zito).
E por falar no movimento Música Nova, semana que vem começa o 41º Festival Música Nova. Mais informações em breve.

Hoje (sexta, dia 4), às 20h, no Sesc Vila Mariana.


30.7.06

Quarteto Parisii


Grupo de destaque na música francesa e moderna com um repertório irretocável: o ritmo febril de Livre pour Quatuor (3ª, 3B e 3C), de Pierre Boulez; a perfeição do Quarteto de Claude Debussy; o Quarteto nº4 op. 46 de Darius Milhaud; e, com o grande clarinetista Romain Guyot, o Quinteto K 581 de Wolfgang Amadeus Mozart.
Imperdível.

Quarta (2), quinta (3) e sexta (4), às 21h, no Espaço Cultural BankBoston.

23.7.06

Imagens e Sons


Osesp


Concerto para flauta nº 2 de Mozart ao lado da inventiva música latino-americana: Heitor Villa-Lobos com a Bachianas Brasileiras nº4; o mexicano Silvestre Revueltas com o a sua vigorosa Sensemayá; e a estréia mundial de Alegres Trópicos — um baile na Mata Atlântica, de Gilberto Mendes – o maior compositor brasileiro vivo.
Nada como uma semana de estréia após a outra.
Quinta (27) e sexta (28), às 21h, na Sala São Paulo.
E no dia 29, em Campos de Jordão, fechando o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.

Alta Tensão — suspense e terror no cinema contemporâneo


Esta mostra no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) está imperdível. Fui ver o Following, de Christopher Nolan, mas também mais que recomendo A tale of two sisters (Kim Jee-Woon) e Audition (Takashi Miike), dois dos melhores filmes de terror que já assisti.

Programa:

Wendigo , dia 19/07/2006 às 17:00
A Tale of Two Sisters , dia 19/07/2006 às 19:00
Soft for Digging , dia 20/07/2006 às 17:00
Harry Veio Para Ajudar , dia 20/07/2006 às 19:00
Following , dia 21/07/2006 às 17:00
The Unknown , dia 21/07/2006 às 19:00
Dealer , dia 22/07/2006 às 14:00
Hotel , dia 22/07/2006 às 17:00
Audition , dia 22/07/2006 às 19:00
Harry Veio Para Ajudar , dia 23/07/2006 às 14:00
Something to Remind Me , dia 23/07/2006 às 17:00
A Tale of Two Sisters , dia 23/07/2006 às 19:00
Following , dia 26/07/2006 às 17:00
Dealer , dia 26/07/2006 às 19:00
The Unknown , dia 27/07/2006 às 17:00
Audition , dia 27/07/2006 às 19:00
Something to Remind Me , dia 28/07/2006 às 17:00
A Tale of Two Sisters , dia 28/07/2006 às 19:00
Hotel , dia 29/07/2006 às 14:00
Soft for Digging , dia 29/07/2006 às 17:00
Following , dia 29/07/2006 às 19:00
Something to Remind Me , dia 30/07/2006 às 14:00
The Unknown , dia 30/07/2006 às 17:00
Wendigo , dia 30/07/2006 às 19:00

14.7.06

Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo


O tradicional grupo fará um recital focado no séc. XX, com obras muito significativas:

a Suíte Lírica, de Alban Berg
fantástica peça onde os instrumentos “cantam” no final os versos De Profundis Clamavi, de Charles Baudelaire;

as Seis Bagatelas, de Anton Webern
um dos compositores mais bem quistos deste recito (tacet);

e a estréia mundial de Réquiem sem Palavras, do brasileiro Almeida Prado.

Quinta, dia 20, no Theatro Municipal.

DE PROFUNDIS CLAMAVI


Imploro-te piedade, a Ti, razão de amor,
Do fundo abismo onde minha alma jaz sepulta.
É uma cálida terra em plúmbea névoa oculta,
Onde nadam na noite a blasfêmia e o terror;

Por seis meses um morno sol dissolve a bruma,
E durante outros seis a noite cobre o solo;
É um país bem mais nu do que o desnudo pólo
— Nem bestas, nem regatos, nem floresta alguma!

Não há no mundo horror que comparar se possa
À luz perversa desse sol que o gelo acossa
E à noite imensa que no velho Caos se abriu;

Invejo a sorte do animal mais vil,
Capaz de mergulhar num sono que o enregela,
Enquanto o dédalo do tempo se enovela.

7.7.06

Quarteto Fauré

Quarteto alemão — formado por piano, violino, viola e violoncelo — tocará obras compostas para esta formação por Wolfgang Amadeus Mozart (K 478), Robert Schumann (op. 47) e Richard Strauss (op. 13).

Terça, dia 11, às 21h, no teatro do Mosteiro de São Bento.

2.7.06

Thais Vilanova


a espera do momento
preciso
perceber o momento
preciso
mas nunca no momento
preciso

(fragmento do livro-objeto "Alice Através do Espelho" (a partir de Lewis Carroll) e um lapso de poesia, ambos de Thais Vilanova)

1.7.06

Álvaro e Ava


Álvaro Henrique


Violonista tocará umas das principais peças do repertório mundial e histórico do instrumento: a obra completa para violão solo de Heitor Villa-Lobos, responsável pelo instrumento entrar nas salas de concerto como digno e moderno.

Data: 02/07/2006
Horário: 11h00
Local: Os eventos são realizados na sede do CPC-USP / Casa de Dona Yayá, Rua Major Diogo, 353, Bela Vista, São Paulo, SP


Sessão (não mais dupla) do Comodoro


Infelizmente, as Sessões Duplas do Comodoro não serão mais duplas. Mas, como sempre, a próxima será quarta, às 21h30, no CineSesc, de graça. Reproduzo abaixo as palavras do próprio Comodoro:

Ao fazer dois anos, a Sessão do Comodoro, no dia 05 de julho, deixa de
apresentar as suas tradicionais sessões duplas para se concentrar mensalmente em
apenas um único e raro filme. Na noite de seu aniversário irá mostrar a
restauração de um autêntico clássico: "PANDORA AND FLYING DUTCHMAN", produção
inglesa de 1951, em magistral tecnicolor, dirigida pelo mais erudito dos
diretores americanos, Albert Lewin.

OS AMORES DE PANDORA

Pandora and the Flying Dutchman (1951)

Cópia restaurada, falada em inglês, com legendas em francêsInglaterra - 120 minutos

roteiro e direção - Albert Lewin

diretor de fotografia - Jack Cardiff montagem - Ralph Kemplen

música - Walter Donaldson

elenco - James Mason, Ava Gardner, Nigel Patrick, Sheila Sim e Harold Warrender


P.S. para Marco Aurélio: Obrigado pelo comentário, Edgar Allan Poe está sempre por estas bandas.
abraço

27.6.06

O Barril de Amontillado – Making-of I

de Edgar Allan Poe

(desenho de Otacílio Lopes da Silveira)


(Layout/Storyboard meu)




P.S. para Otacílio: Essa p*##@ vai ou não vai?

24.6.06

Osesp e Nelson Freire

(Anca Gavris — não é só de Iris Regev que vive a beleza da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo)


A orquestra tocará uma obra de Richard Strauss; o Concerto n° 4 de Sergei Rachmaninov, com o grande pianista Nelson Freire; e a estréia mundial de Salmo 23 de Almeida Prado — um dos mais talentosos compositores brasileiros vivos.

Quinta (29) e sexta (30), às 21h, e sábado (1), às 16h30, na Sala São Paulo.

16.6.06

György Ligeti (1923-06/2006)


uma canção pop dizia: “meus heróis morreram de overdose”
fazem alguns anos que os meus heróis vêm morrendo de velhice

Ligeti paradoxalmente passou por dentro e — ao mesmo tempo — por cima de todas as correntes musicais (mesmo as mais antagônicas e doutrinárias) que marcaram a segunda metade do séc. XX

podemos ver (escutar) nele Bartók, Nancarrow, Cage, Boulez, Stockhausen, Reich, Scelci, etc., ao mesmo tempo em que ninguém teve um estilo tão pessoal

teias de aranha, tic-tacs, pêndulos, relógios, nuvens e fractais
silêncio
tacet

11.6.06

Série "Séries" - Série I

4 de 4
(série de Tomás Senna)

(ver 1 de 4, 2 de 4, 3 de 4, além dos curiosos diálogos (nos comentários) que esta série provocou entre eu, o Tomás e o Otacílio)

8.6.06

C oro âmara ultura

(Pavilhão da Philips, em Bruxelas — projeto de Iannis Xenakis e Le Corbusier)


Coro e Orquestra de Câmara da Osesp


Repertório interessantíssimo: Igor Stravinsky evocando Bach (no brandemburguês Dumbarton Oaks); Aaron Copland americanizando Stravinsky (Appalachian Spring); Heitor Villa-Lobos nacionalizando Stravinsky (Choros n° 3); e ainda Persephassa, de Iannis Xenakis — compositor raramente executado entre nós, e um dos maiores de todos os tempos.
Já estou com o meu lugar esperando.
Domingo, dia 11, às 17h, na Sala São Paulo.

Livraria Cultura no Shopping Market Place


Na quarta, dia 14, haverá a inauguração da nova unidade da Livraria Cultura. Faço parte da equipe que está montando a loja, e estarei lá como vendedor.
Todos estão convidados.

2.6.06

Stockhausen & Ken Russell

Pedro Amaral rege a Orquestra Sinfônica Municipal


Maestro português apresentará repertório contemporâneo de peso: Karlheinz Stockhausen — Fünf Sternzeichen (estréia latino-americana) —; Peter Eötvös — zeroPoints — e duas obras de Flo Menezes, uma delas em estréia mundial.

Domingo, dia 4, às 11h, no Theatro Municipal.

Sessão Dupla do Comodoro


Após um insuportável hiato de dois meses, finalmente teremos de volta as já clássicas e obrigatórias Sessões do Comodoro:
A Sessão Dupla do Comodoro do dia 07 de junho, vai apresentar dois filmes
inéditos nos cinemas brasileiros: VISITANTE Q, de Takashi Miike (o mesmo
diretor
de AUDITION), com legendas em português; e GÓTICO, de Ken Russell,
em inglês,
com legendas em espanhol. As sessões começam às 21.30, no
CineSesc, e as senhas
gratúitas estarão disponiveis a partir das 21.00 horas
na bilheteria do
cinema.

(retirado do Reduto do Comodoro)

Audition foi um dos filmes que mais me impressionaram, e o Gothic dizem que é
muito bom.
Opinião do Comodoro:

Um autêntico delírio audiovisual com a grife de Ken Russell inspirado num
encontro real do casal Shelley com Byron. Sabe-se que esta "noitada no abismo"
pagã deu origem a dois clássicos absolutos da literatura romântica e de horror:
FRANKENSTEIN e o conto O VAMPIRO, que viria a inspirar Brian Stoker na criação
de DRÁCULA. A imagem símbolo do filme faz referência ao quadro "Gothic
Nighmare", de Henri Fuselli, que serve de adereço à mansão de Byron no filme. O
jornal Variety definiu GÓTICO como "um Pesadelo em Elm Street para
intelectuais".

Só filme de macho, pois, ao contrário do que comentou o Otacílio no post anterior, eu odeio Fellini e Bergman.

28.5.06

Orquestra Filarmônica Checa

A orquestra tradicional tocará Robert Schumann, Antonin Dvorák e uma obra do maior compositor vivo (e um dos meus preferidos de todos os tempos): Lontano, de György Ligeti, peça em que ele explora as suas sonoridades de “nuvens” através de uma orquestração original e sofisticada.

Quarta, dia 31, às 21h, no Teatro Cultura Artística.

Nota para Tomás: Demorei um pouco, mas já respondi os seus comentários (não totalmente ainda) na sessão de comentários do post passado. Depois o Otacílio Re-respondeu trazendo mais um monte de coisas interessantes (tem louco para tudo, como eu para achar isso).

Nota para Otacílio:
1) Essas definições — curta, média, longa-metragem — são coisas de indies, intelectualóides, críticos débeis, freqüentadores de “cinemas de arte”, usuários de "leis de incentivo", e outros xaropes. É bobagem, não importa que Cassino tenha horas de duração, os filmes do Man Ray poucos minutos e os de Peter Kubelka pouquíssimos (50 min toda filmografia de 50 anos vista na seqüência). Essas definições são usadas apenas para discriminar (“puxa, fulano já fez cinco curtas, está maduro para um longa”) e para formatar/estandardizar os filmes e a cabeça do público que espera ver sempre a mesma estrutura que não fuja do tempo em que ele foi educado/formatado para ficar no cinema.
2) Sim, você me gravou este episódio.
3) Você falou do Naked Lunch, mas espera para eu te contar as coisas que já passaram em minhas mãos na montagem da loja.
4) Sobre aquele papo de acidentes de carro, assassinatos e fotografias, é claro que eu não consigo não pensar nos dois Davids quando penso no assunto.

21.5.06

Re-tratos da Canção


(Márcia X. e Jocy de Oliveira durante concerto de John Cage)


A soprano Martha Herr cantará apenas obras para voz solo, de grandes compositores brasileiros contemporâneos: Almeida Prado, Edson Zampronha, L. C. Csekö, Gilberto Mendes, Willy Corrêa de Oliveira, Jocy de Oliveira, Tim Rescala, entre outros.
É raro escutar um recital apenas com voz sem acompanhamento, assim como é raro escutar apenas compositores contemporâneos, ainda mais brasileiros.

Sábado, dia 20, às 21h, no Sesc Ipiranga.

14.5.06

Roger Epple rege Osesp


(Igor Stravinsky por Jean Cocteau)


Concerto com duas obras poderosas: o Concerto para violino de Stravinsky, onde o russo recria a história dos concertos para violino, mas, como sempre, sem deixar de soar stravinskyano; e também a 4ª Sinfonia de Gustav Mahler.

Quinta (18) e sexta (19) às 21h e sábado (20) às 16h30, na Sala São Paulo.

7.5.06

Polêmica em Cartas Abertas ou: Lavando a Roupa Suja na Internet


clique na imagem para ampliar


Não sei se vocês leram o comentário do Otacílio quando eu coloquei a tirinha aqui outro dia, mas foi o seguinte:

Otacilio Lopes disse...
Aqui é o autor da tira.
Paulo eu te falei que tinha feito uma versão desta mesma tira em que eu havia desenhado os continentes. Vou te mandar ela e na próxima atualização EXIJO, repito EXIJO, que ele seja substituída, ou te verei nos Tribunais seu Filho da P... .
Afetuosamente Otacilio.

E no e-mail:

essa é a certa, com os países, depois da separação dos
continentes. se não sair direito
  a minha velha professora de Geografia virá me puxar o pé
à noite, não lembro do
   nome dela, mas o apelido dela era a PROFECIA, por
causa do filme mesmo, a
    velha parecia uma daquelas loucas que matam o
marido empurrando-o da
     escada, e sempre que ela entrava na
classe eu juro que ouvia uma voz
      sussurrando:
        ave satani!
ave satani! ave satani!

       a filosofia dela era que o
ser humano não prestava.


P.S.: como pôde perceber, mentores guiaram minha vida até me
tornar
  um ser humano
   completo e integrado à
sociedade.

Minha réplica:

Carotacílio,
seu desejo será concedido — em um post novo (apenas para isso) — no sábado, mais tardar domingo.
seu,
paulo

Tréplica dele:

Otacilio Lopes disse...
Mensagem recebida e entendida.
minha professora "A Profecia" também agradece, e antes que eu me esqueça obrigado por publicar minhas coisas. Mais tarde eu te mando um recorte de jornal com um exemplo de radicalismo absurdo, uma espécie de fundamentalismo sexual que aconteceu ontem, cuja consequência foi a morte de seu realizador, veja no seu e-mail mais tarde.

P.S.: Antes que você imagine coisas, isso não tem nada a ver com o Emerson.

4.5.06

piapemaisminton

Piap (Grupo de Percussão do Instituto de Artes do Planalto-UNESP)


O grupo dirigido e fundado por John Boudler existe desde 1978 e, no Brasil, é o mais importante na divulgação de obras eruditas para instrumentos de percussão, o que o faz ser também um grande divulgador da musica contemporânea entre nós, apresentando sempre interessantes escolhas de repertório.

Quarta, dia 10, às 20h30, no Sesc Vila Mariana.

Outra Dose de Phil Minton


A apresentação de Phil Minton foi impressionante — um ritual transcendente (quase religioso, seja lá o que isso signifique).
Ele vai se apresentar novamente, mas desta vez acompanhado: com Miguel Barella, Thomas Rohrer e Patrícia Osses, na performance Improviso Para Vidro e Gelo (aquela mesma que já foi apresentada no Sesc Pompéia e na CPFL em Campinas). Já fico com quase esperança de que alguém traga algum dia o Jaap Blonk (e ressuscite o Demetrio Stratos, sonhar não mata).

Domingo, dia 7, às 18h, na Oficina Virgílio (Rua Virgilio de Carvalho Pinto, 422, Pinheiros)

P.S. para Otacílio (como sempre):
Carotacílio,
seu desejo será concedido — em um post novo (apenas para isso) — no sábado, mais tardar domingo.
seu,
paulo

2.5.06

Marte Ataca (e Sinal de Trânsito no CSS Reboot)


clique na imagem para ampliar


(tira de Otacílio Lopes da Silveira, da sua “fase de tirinhas engraçadinhas, com estilos sortidos e simplificados”)


Boca de Urna do Sinal de Trânsito no CSS Reboot


Ainda falando da turma, a nova versão do Site Sinal de Trânsito (aquele do Luis Vilanova, sobre semáforos — feito e refeito pela Thais Vilanova) está no CSS Reboot — um site especializado em padrões da web (web standards) e que faz votações de redesigns de sites. Vai lá, dá uma olhada (sob o nome Thais Vilanova) e vote conforme a sua opinião (e olhe os outros também, fique a vontade).

30.4.06

Phil Minton

Um tipo de evento raríssimo de acontecer no Brasil: uma performance de Phil Minton — um dos mais inovadores no uso da voz. O anti-cantor tem um trajetória de muitos anos, com uma grande quantidade de projetos, parcerias incríveis (não vou citar nenhuma, porque a lista seria interminável), e uma discografia gigantesca.
Ele fará uma de suas improvisações viscerais utilizando técnicas impressionantes que geram uma enorme variedade de sons e ruídos.

Imperdível e grátis.

Quarta, dia 3, às 20h, no Centro Universitário MariAntônia. Como se não bastasse, é pertinho da minha casa.

Um dos discos de Minton (Mouthfull of Ecstasy) tem como base o Finnegans Wake de James Joyce, onde o “cantor” explora a riquíssima musicalidade do texto com os seus recursos vocais. Transcrevo abaixo o final (?) do livro — um dos fragmentos abordados no álbum — onde Anna Lívia Plurabelle (a mulher que é todas as mulheres ao mesmo tempo) volta a seu pai, ou onde o grande rio/romance volta para o mar, ou onde o final do anti-romance volta ao seu início, mas tudo isso na versão brasileira (Finnicius Revém) de Donaldo Schüler:


Estou de partida. Que amargo fim! Sorrateiramente partirei antes que acordem. Não vão me ver. Nem saber. Nem recordar-me. E é velha e velha é triste e velha é triste e exausta volto a ti, velhegélido pai, velhegélito indômito pai, meu velhegélido indômito, patético pai, até a mara vista da mera forma dele, as miolhas e miolhas dele, monotanando, me ressalgam, me ressacam e me arremesso, meu início, em teus braços. Eisque seelevam! Salvam-me desses tríveis tridentes! Dos más uno dos homomentos mais. Só. Avelaval. Minhas folhas derivam de mim. Todas. Só esta me resta. Paro e porto comigo. Pra remembrança de. Lff! Suave esta manhã, tanto, a nossa. Sim. Leva-me contigo, palpito, como quando quedos percorremos a feira dos brinquedos! Se eu o visse baixar sobre mim sob suas alvestendidas asas como que vindo de Arkângelos, penso que pensa findaria a seus pés, húmil, dúbil, débil, laudante. Sim, tá em tempo. Cá estamos. Início. Passamos pastagens, basculhem o bosque a. Vvôo! Gaivvota. Gaivvootas. Apelos do pai. Já vvou, pai. Eis o fim. Nós então. Finn, revêm! Toma. Serenamente, rememora-me! Té que thausentes. Lps. As chaves a. Cá tens! A via a lenta a leve a leta a long a

24.4.06

As Formas do Violoncelo

Instrumento de formas sugestivas






Foto 1 — Le Violon d'Ingres, 1924, de Man Ray (1890-1976): Expoente do Dada de Nova York, pintor, desenhista, fotógrafo, criador de objetos, inventor do rayograph (contato — fotos sem câmera) e da aerografia aplicada à pintura, escritor e brilhante narrador. Foi também cineasta (de filmes geniais), e inventou o “cinema sem câmera”.
(um dos elogios mais descabidos que já recebi foi quando um diretor de cinema das antigas (das antigas mesmo é falar “das antigas”) comparou um vídeo meu com Man Ray)

Foto 2 — Charlotte Moorman (1933-1991): A “Joana D’Arc da música nova” (Edgar Varèse). Começou como concertista tradicional de violoncelo para depois se tornar intérprete de obras de compositores contemporâneos, como Karlheinz Stockhausen. Mas foram os integrantes do movimento Fluxus que realmente interessaram a moça, que se tornou a fiel escudeira de Nam June Paik. Muitas obras/performances do coreano foram feitas para ela, que tocou nua, ou suspensa por cabos, ou com o espigão do instrumento pressionando o peito nu de um homem deitado no chão, ou até uma obra que ao invés da violoncelista tocar o violoncelo, é o espectador quem toca a violoncelista. Ela ficou famosa em programas de auditório norte-americanos como a “violoncelista topless”.
Na foto ela está apresentando uma obra de Paik — compositor recém-falecido que foi também o pai da videoarte (e de mais um monte de coisas, até o "vídeo sem câmera").

Foto 3 — Inês Baptista: Uma jovem portuguesa que fez a tatuagem por causa da foto do Man Ray. Ela foi modelo para uma série de filmes que têm o artista como tema. Ela tem também um interessante blog com sotaque luso (de onde roubei esta foto): Casaco Amarelo.

Foto 4 — Emilia Fox (1974): Interpretando a violoncelista Dorota, no filme O Pianista, de Roman Polanski. A cena que eu acho a mais bonita de todo o filme: após sofrer bastante nas mãos dos nazistas, o pianista se refugia na casa de sua amada, que já está casada com outro. Após dormir e repousar de verdade, ele acorda de manhã e a vê tocando a primeira suíte de Bach. Infelizmente não consegui uma imagem desta cena.

Foto 5 — Iris Regev: Por último, mas não a menos bela. Mus(ic)a israelense de lindos cabelos compridos. Um dos mais bem guardados segredos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (não o único). Música para os olhos, um dos melhores espetáculos para se ver na Sala São Paulo. É também uma ótima violoncelista.

P.S.- Junto com este post, inauguro a última sessão de links do Blog: Vestais (“Quão apropriado”, para citar o Diabo das tiras do Otacílio).

22.4.06

O Som do Violoncelo

Jean-Guihen Queyras e Osesp


Violoncelista espetacular oriundo do Ensemble InterContemporain, de Pierre Boulez. Responsável pelas gravações dos maravilhosos Concerto para violoncelo e Orquestra, de György Ligeti, e Messagesquisse, do próprio Boulez.
Queyras solará a Sinfonia para Violoncelo e Orquestra, de Benjamin Britten — compositor que provou a possibilidade de ser tonal, dialogar com o passado e ainda assim soar completamente moderno.

Quinta (27) e Sexta (28) às 21h, e sábado (29) às 16h30, na Sala São Paulo.

Nos próximos dias falarei também sobre As Formas do Violoncelo...

18.4.06

Ready-made/Constelação com duas Estrelas/Citações para Franz Weissmann

Trinta raios se tornam um pelos buracos do eixo,
vazios que os unem para o uso da roda;
O uso de barro na moldagem de jarras
Vem do vazio de sua ausência;
As portas e janelas, numa casa,
São usadas por seu vazio;
Assim nos socorremos do que não há
Para usar o que há.

(Lao tse)



Cesteiro que faz um
cesto
faz uma casa

No oco do chapéu
a cabeça

No oco da roupa
o corpo

No grande balaio
vedado a sopapo
(casa)
a mão na massa
molda
a pele coletiva
do clã
(alma)

(poema de Décio Pignatari para o Calendário Philips, meses setembro/outubro, 1980 — ano em que eu nasci)

(ver também a minha homenagem, o texto construtivista/desconstrutivista/construtivista de João Cabral de Melo Neto, e o texto de José Aloise Bahia — tudo sobre Weissmann)

16.4.06

Leif Segerstam rege Osesp


Competente maestro finlandês apresentará a música de seu país. A fase final de Jean Sibelius (Tapiola e a Sinfonia n° 7 em um movimento); o Cantus arcticus (para pássaros pré-gravados e orquestra) de Einojuhani Rautavaara; e estréia mundial de uma obra do próprio Leif — a Sinfonia n° 149, que tem um subtítulo extraordinário: “14,9,149:14,9...! = I feel, no, I feel so: Oh death, suffering...!”
É sempre um privilégio escutar uma estréia sob a batuta do próprio autor. Espero que seja tão interessante quanto o extravagante título.
Quinta (20) e sexta (21) às 21h, e sábado (22) às 16h30, na Sala São Paulo.

6.4.06

Da areia também se vê o mar


Recital de Antonio Eduardo focado principalmente em compositores que têm uma relação de amizade com o pianista. Entre eles, importantes nomes da música brasileira, como Gilberto Mendes (Warun Blues), Jorge Antunes (Sambinha do Antonio Eduardo) e Silvio Ferraz (Green Eyed Bay, para piano e computador).
Ele também tocará Três vazios de Lao Tse, composta por Marcos Câmara. Os tais vazios de Lao Tse também serão tema de um dos próximos posts deste blog — na verdade já são, vide o próprio título (tacet).
Domingo, dia 9, às 11h30, no Centro Cultural São Paulo, de graça.