8.11.07

Luminamara (Willy Corrêa de Oliveira)

O Núcleo Hespérides tocará obras do seu novo CD. Andréa Kaiser e Heloisa Petri (sopranos), Joaquim Abreu (percussão) e outros músicos apresentarão obras de compositores brasileiros, como o Madrigale: In my craft of sullen art, do grande Willy Corrêa de Oliveira a partir do poema de Dylan Thomas.

no dia 15/11, quinta, às 18h
no SESC Vila Mariana

“Se começo esse esboço, por exemplo, por meu nome, lugar de nascimento (e data), escrevo sem temor de causar escândalo; mas se acrescento a palavra compositor, e se – no âmbito da outra hipótese – grafo: compositor brasileiro, deveria (sim) provocar assombro, estupefação, até propriamente: qualquer sorte de desprezo. À primeira vista pode aparentar ingenuidade de minha parte, igualmente pode parecer certa desestimada pelo leitor, menosprezo pelo seu discernimento. Como se eu não soubesse que o leitor também sabe que essa profissão (no que tange à música erudita, no capitalismo) não é assim comezinha que qualquer um se arrogue tal façanha. O capitalismo é essencialmente avesso à arte (especialmente à música erudita), mui pouco tocada por Midas). Como então situar a possível existência de um compositor (atual) vivendo (decentemente) de seu trabalho em uma sociedade capitalista contemporânea no quadro da globalização? Não! Escrevo músicas, sim, e há anos que escrevo, geralmente, para minha consolação. Meu nome é Willy Corrêa de Oliveira, nasci no Recife, Pernambuco, no ano de 1939.”

IN MY CRAFT OR SULLEN ART
Dylan Thomas

In my craft or sullen art
Exercised in the still night
When only the moon rages
And the lovers lie abed
With all their griefs in their arms,
I labor by singing light
Not for ambition or bread
Or the strut and trade of charms
On the ivory stages
But for the common wages
Of their most secret heart.

Not for the proud man apart
From the raging moon I write
On these spindrift pages
Nor for the towering dead
With their nightingales and psalms
But for the lovers, their arms
Round the griefs of the ages,
Who pay no praise or wages
Nor heed my craft or art


NO MEU OFÍCIO OU ARTE AMARGA
Tradução: Ivo Barroso

No meu ofício ou arte amarga
Que à noite tarda é exercido
Quando alucina só a lua
E dormem lassos os amantes
Com as dores todas entre os braços,
É que trabalho à luz cantante
Não pela glória ou pelo pão,
Desfile ou feira de fascínios
Por sobre palcos de marfim,
Mas pela paga mais afim
De seus secretos corações!

Não para alguém altivo à parte
Da lua irada é que eu escrevo
Os respingados destas páginas
Nem pelos mortos presumidos
Cheios de salmo e rouxinóis.
Mas para amantes cujos braços
Têm os cansaços das idades
Que não me dão louvor nem paga
Nem prezam meu ofício ou arte.

6 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Vitruvius Pollio disse...

Cara crítica,
identifique-se com o seu nome (e e-mail) em até uma semana, que eu manterei o seu comentário para sempre, caso contrário, irei retirá-lo.
12/11/2007

Vitruvius Pollio disse...

texto muito crítico sobre o Willy (de uma ex-aluna dele e de Gilberto Mendes (elogiado)), foi excluído, pois era um texto anônimo

Unknown disse...

Pronto, agora você já tem o meu nome e o meu e-mail, queira re-publicar então o meu texto.

Grata

Olga Kellerman

Estevao Moreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.