Por Claudia Toni*
As práticas musicais são atividades dinâmicas e colaborativas. Elas
incluem a performance, a composição, o ensino, o ouvir, o falar a
respeito, o produzir e viver a música, pois ela só ocorre se todos os
envolvidos atuarem de alguma forma. Da “comedoria” ao camarim, após o
concerto, todos “musicaram” em alguma medida.
A música de câmara é o exemplo mais vivo de como a colaboração permite
que se atinja a excelência na sua criação e interpretação. Em razão
disso, ela norteia o Festival Sesc de Música de Câmara 2018. Busquei
formas de unir convidados estrangeiros a músicos brasileiros, de
incentivar instrumentistas de larga experiência a acolherem jovens
promissores, de permitir que compositores escrevessem novos trabalhos
para o Festival.
Assim, o francês Quatuor Zaïde tocará com o clarinetista brasileiro
Ovanir Buosi, o norte-americano Tesla Quartet com o pianista baiano
Ricardo Castro e o brasileiro Quarteto Camargo Guarnieri se juntará ao
acordeonista dinamarquês Andreas Borregaard. Mas há muito mais! O Berlin
Counterpoint, sexteto alemão que junta sopros e piano, fará a estreia
mundial de uma obra do brasileiro Leonardo Martinelli.
O Duo Contexto e o fagotista Fábio Cury, diretor do espetáculo “Sopro
Transcendente”, lideram dois programas diferentes que têm quase três
dezenas de jovens tocando repertórios inovadores, incluindo uma peça
especialmente encomendada à compositora brasileira Michelle Agnes.
O conjunto vocal britânico Tallis Scholars – estrela de projeção
internacional –, dirigido por Peter Phillps, faz um programa
extraordinário, no qual a música sacra da Renascença e de hoje é a
atração central.
Nosso elenco tem também o quarteto londrino Troupe que usa seu talento e
criatividade para fazer música de câmara dedicada à família, de olho na
formação de novos públicos. “O Mau Humor” é o tema do espetáculo
sofisticado e imaginoso que o conjunto fará em todas as sete Unidades do
Sesc que recebem o Festival. Mas as britânicas não estão sós: “Entre
Tambores, Baquetas e Chocalhos” é o espetáculo que quatro jovens
percussionistas brasileiros farão para o público jovem que ainda não
conhece mais de perto a riqueza dos instrumentos de percussão.
A colaboração maior e mais valiosa, da qual a música não pode
prescindir, é a do público. O que seria tocar para uma sala vazia? E
cantar num teatro deserto? Preparar-se, aprimorar-se, moldar uma
interpretação pressupõem que alguém fruirá e sairá da sala de concerto
modificado por aquilo que ouviu.
Venha e aproveite ao máximo esse elenco de excelentes artistas, extraindo deles aquilo que de melhor a música pode oferecer!
*Claudia Toni é idealizadora e curadora do Festival Sesc de Música de Câmara
uma das apresentações (Ionisation, de Edgar Varèse):
Duo Contexto & Convidados (BRA)
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 30 |■ R$ 15 |● R$ 9 | 12 anos
29/11. Qui. 20h30 | Sesc Rio Preto
30/11. Sex. 21h | Sesc Bom Retiro
01/12. Sáb. 20h | Sesc Sorocaba
Os
percussionistas Ricardo Bologna e Eduardo Leandro formaram em 1989 o
Duo Contexto. Após conquistarem reconhecimento nacional, fizeram também
uma importante carreira internacional, em paralelo às suas atividades
individuais. Com a participação de 11 jovens percussionistas e do
pianista Horácio Gouveia, o Duo interpreta peças do século XX e XXI,
incluindo a célebre Ionisation, para 13 percussionistas.
https://www.sescsp.org.br/programacao/172604_FESTIVAL+SESC+DE+MUSICA+DE+CAMARA+2018#/content=programacao
11.11.18
31.10.18
Peter Brötzmann, Marino Pliakas e Michael Wertmüller – Full Blast com repertório do álbum Live in Rio
Terceira passagem do Brötzmann por São Paulo (até onde me lembro – ou fui...)
Originado em 2014, o Full Blast é um trio formado pelo ícone do jazz Peter Brötzmann junto a Marino Pliakas e Michael Wertmüller, músicos que têm atuação tanto no circuito do free jazz quanto da música contemporânea de concerto.
Entre os discos lançados pelo trio, estão Full Blast (2006), Black Hole (2009), Crumbling Brain (2010), Sketches and Ballads (2011) e Risc (2016).
A turnê brasileira, que visita Rio de Janeiro, São Paulo e Ribeirão Preto, promove o álbum Live in Rio, gravado no espaço Audio Rebel (RJ). Os shows são uma parceria entre Instituto Goethe, Sesc SP, Quintavant (coletivo e selo carioca), Agência Alavanca e Desmonta Discos.
Peter Brötzmann é uma das figuras centrais do free jazz e da improvisação livre na Europa, com 50 anos de carreira e mais de 100 discos lançados. No disco Machine Gun, de 1968, o artista contou com um octeto formado por nomes como Han Bennink e Evan Parker. O álbum, marco da improvisação, é caracterizado por uma prática musical energética, agressiva e ruidosa. Brötzmann também tocou com John Zorn, Derek Bailey, Anthony Braxton, entre outros.
FICHA TÉCNICA
Peter Brötzmann: Sopros
Marino Pliakas: Contrabaixo Elétrico
Michael Wertmüller: Bateria
Sesc 24 de Maio
31/10/18
quarta
21h
Originado em 2014, o Full Blast é um trio formado pelo ícone do jazz Peter Brötzmann junto a Marino Pliakas e Michael Wertmüller, músicos que têm atuação tanto no circuito do free jazz quanto da música contemporânea de concerto.
Entre os discos lançados pelo trio, estão Full Blast (2006), Black Hole (2009), Crumbling Brain (2010), Sketches and Ballads (2011) e Risc (2016).
A turnê brasileira, que visita Rio de Janeiro, São Paulo e Ribeirão Preto, promove o álbum Live in Rio, gravado no espaço Audio Rebel (RJ). Os shows são uma parceria entre Instituto Goethe, Sesc SP, Quintavant (coletivo e selo carioca), Agência Alavanca e Desmonta Discos.
Peter Brötzmann é uma das figuras centrais do free jazz e da improvisação livre na Europa, com 50 anos de carreira e mais de 100 discos lançados. No disco Machine Gun, de 1968, o artista contou com um octeto formado por nomes como Han Bennink e Evan Parker. O álbum, marco da improvisação, é caracterizado por uma prática musical energética, agressiva e ruidosa. Brötzmann também tocou com John Zorn, Derek Bailey, Anthony Braxton, entre outros.
FICHA TÉCNICA
Peter Brötzmann: Sopros
Marino Pliakas: Contrabaixo Elétrico
Michael Wertmüller: Bateria
Sesc 24 de Maio
31/10/18
quarta
21h
25.10.18
Brasil – 28/10/18 – Sobre o conceito da História
"1845
EUA, 1943, Brasil (1964, 2019,...)"
nunca mais
nunca mais
Foi uma vez: eu refletia, à meia-noite erma e sombria,
a ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos manuais,"****
"1933-4
Alemanha"
"1936
Rio de Janeiro
Olga y él
A la cabeza de su ejército rebelde, Luis Carlos Prestes había atravesado
a pie el inmenso Brasil de punta a punta, ida y vuelta desde las
praderas del sur hasta los desierr tos del nordeste, a través de la
selva amazónica. En tres años de marcha, la Columna Prestes había
peleado contra la dictadura de los señores del café y del azúcar sin
sufrir jamás una derrota. De modo que Olga Benárío lo imaginaba
gigantesco y devastador. Menuda sorpresa se llevó cuando conoció al gran
capitán. Prestes resultó ser un hombrecito frágil, que se ponía
colorado cuando OIga lo m'rraba a los ojos. Ella, fogueada en las luchas
revolucionarias en Alemania, militante. Sin fronteras, se vino al
Brasil. Y él, que nunca había conocido mujer, fue por ella amado y
fundado.Al tiempo, caen presos los dos. Se los Ilevan a cárceles diferentes.
Desde Alemania, Hitler reclama a Olga por. judía y comunista, sangre vil, viles ideas, y el presidente brasileño, Getulio Vargas, se la entrega. Cuando los soldados llegan a buscarla a la cárcel, se amotinan los presos. Olga acaba con la revuelta, para evitar una matanza inútii, y se deja llevar Asomado a la rejilla de su celda, el novelista Graciliano Ramos la ve pasar, esposada, panzona de embarazo.
En los muelles, la espera un navío que ostenta la cruz esvástica. El capitán tiene órdenes de no parar hasta Hamburgo. Allá Olga será encerrada en un campo de concentración, asfixiada en una cámara de gas, carbonizada en un horno.
(263, 302 y 364)"
1940
«i
É conhecida a história daquele autômato que teria sido construído de tal maneira que respondia a
cada lance de um jogador de xadrez com um outro lance que lhe assegurava a vitória na partida.
Diante do tabuleiro, assente sobre uma mesa espaçosa, estava sentado um boneco em traje turco,
cachimbo de água na boca. Um sistema de espelhos criava a ilusão de uma mesa transparente de
todos os lados. De fato, dentro da mesa estava sentado um anãozinho corcunda, mestre de xadrez, que
conduzia os movimentos do boneco por meio de um sistema de arames. É possível imaginar o
contraponto dessa aparelhagem na filosofia. A vitória está sempre reservada ao boneco a que se
chama "materialismo histórico". Pode desafiar qualquer um se tiver ao seu serviço a teologia, que,
como se sabe, hoje é pequena e feia e, assim como assim, não pode aparecer à luz do dia.
(...)
vii
Fustel de Coulanges recomenda ao historiador interessado em reviver uma
época que esqueça tudo o que sabe sobre fases posteriores da história.
Impossível caracterizar melhor o método com o qual rompeu o materialismo
histórico. Esse método é o da empatia (Einfühlung). Sua origem é a
inércia do coração, a acedia, que desanima de apropriar-se da autêntica imagem histórica, em seu relampejar fugaz. Para os teólogos medievais, a acedia
era o primeiro fundamento da tristeza. Flaubert, que a conhecia,
escreveu: “Peu de gens devineront combien il a fallu être triste pour
ressuciter Carthage”. A natureza dessa tristeza se tornará mais clara se
nos perguntarmos com quem o investigador historicista estabelece
propriamente uma relação de empatia. A resposta é inequívoca: com o
vencedor. Ora, os que num momento dado dominam são os herdeiros e todos
os que venceram antes. A empatia com o vencedor beneficia sempre,
portanto, esses dominadores. Isso já diz o suficiente para o
materialista histórico. Todos os que até agora venceram participam do
cortejo triunfal, como de praxe. Eles são chamados de bens culturais. O
materialista histórico os observa com distanciamento. Pois todos os bens
culturais que ele vê têm uma origem sobre a qual ele não pode refletir
sem horror. Devem sua existência não somente ao esforço dos grandes
gênios que os criaram, mas também à servidão anônima dos seus
contemporâneos. Nunca houve um documento da cultura que não fosse
simultaneamente um documento da barbárie. E, assim como o próprio bem
cultural não é isento de barbárie, tampouco o é o processo de
transmissão em que foi passado adiante. Por isso, o materialista
histórico se desvia desse processo, na medida do possível. Ele considera
sua tarefa escovar a história a contrapelo.
(...)
xvi
O materialista histórico não pode renunciar ao conceito de um presente
que não é transição, mas pára no tempo e se imobiliza. Porque esse
conceito define exatamente aquele presente em que ele mesmo escreve a
história. O historicista apresenta a imagem "eterna" do passado, o
materialista histórico faz desse passado uma experiência única. Ele
deixa a outros a tarefa de se esgotar no bordel do historicismo, com a
meretriz "Era uma vez". Ele fica senhor das suas forças, suficientemente
viril para fazer saltar pelos ares o continuum da história.
(...)
xviii
1945
Animal Farm (George Orwell)
"Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. [Naro?]
(...)
Aqueles que renunciam à liberdade em troca de segurança acabarão sem nem uma nem outra. [Bolsodoria?]"
1964
Rio de Janeiro
«Hay nubes sombrías»,
dice Lincoln Gordon:—Nubes sombrías se ciernen sobre nuestros intereses económicos en Brasil…
El presidente João Goulart acaba de anunciar la reforma agraria, la nacionalización de las refinerías de petróleo y el fin de la evasión de capitales; y el embajador de los Estados Unidos, indignado, lo ataca a viva voz.
Desde la embajada, palabras de dinero caen sobre los envenenadores de la opinión pública y los militares que preparan el cuartelazo. Se difunde por todos los medios un manifiesto que pide a gritos el golpe de Estado. Hasta el Club de Leones estampa su firma al pie.
Diez años después del suicidio de Vargas, resuenan, multiplicados, los mismos clamores. Políticos y periodistas llaman al uniformado mesías capaz de poner orden en este caos. La televisión difunde películas que muestran muros de Berlín cortando en dos a las ciudades brasileñas. Diarios y radios exaltan las virtudes del capital privado, que convierte los desiertos en oasis, y los méritos de las fuerzas armadas, que evitan que los comunistas se roben el agua. La Marcha de la Familia con Dios por la Libertad pide piedad al Cielo, desde las avenidas de las principales ciudades.
El embajador Lincoln Gordon denuncia la conspiración comunista: el estanciero Goulart está traicionando a su clase a la hora de elegir entre los devoradores y los devorados, entre los opinadores y los opinados, entre la libertad del dinero y la libertad de la gente.
(115 y 141)"
13/03/2016
São Paulo
15/10/2018
2018
2018
São Paulo
Goldman (Ex-governador de São Paulo e integrante da Executiva Nacional do PSDB)
https://vimeo.com/296908072
25 de Outubro de 2018
itália roda em círculos
(em todos os vértices possíveis)
rodando Riviera
"Mussolini, quem diria, tinha mais educação
por Egênio Bucci
por Egênio Bucci
Em política, palavras são atos. Falar é fazer. A liderança política age na linguagem e, pela palavra, agrega ou divide seus pares e seus seguidores. Disso sabemos, certo?
Talvez não. Apoiadores de Bolsonaro (refiro-me àqueles minimamente ilustrados) desprezam as palavras dele. Acham que seus pronunciamentos infamantes não têm importância. Acham que poderão controlá-lo depois de eleito, que farão dele um fantoche a serviço das causas liberais. Estão enganados.
Ainda que seja tarde, olhemos, uma vez mais, para as palavras do deputado. No domingo, num discurso transmitido por celular em que ele se dirigiu, à distância, a manifestantes de rua, ele disparou novas saraivadas de descalabros. Alguns repetidos, alguns novos. O tom não é o de um candidato a presidente de uma República democrática, mas o de alguém que se lança como futuro senhor de todos os poderes, com atribuições plenas de fazer leis, de aplicá-las e depois executar as penas, de banir quem quiser e de prender quem bem entender.
Exemplo: “Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa Pátria”. Outro exemplo: “Essa Pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem a bandeira vermelha e tem a cabeça lavada”.
Em outra passagem, roga sua condenação prévia contra o que vem chamando grosseiramente de “ativismo”: “Bandido do MST, bandido do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo! Vocês não levarão mais o terror ao campo ou à cidade. Ou vocês se enquadram e se submetem às leis, ou vão fazer companhia ao cachaceiro lá em Curitiba!”.
Em transe de onipotência, anuncia que seu adversário nesta eleição também será preso. Dirigindo-se a Lula, que “vai apodrecer na cadeia”, assegura: “Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não. Será para ficar alguns anos ao seu lado. Já que vocês se amam tanto, vocês vão apodrecer na cadeia”.
Com que autoridade ele fala isso? Que mandato imagina que receberá das urnas? O de xerife nacional? O mais chocante, porém, não é isso. O mais chocante é que seus apoiadores - alguns cultos, eruditos - nem se incomodam. Fingem que tais pronunciamentos não terão consequências para a ordem democrática ou para o tratamento respeitoso entre os compatriotas. Fingem que o presidente da República não tem mais o dever da urbanidade. O que se passa?
Mas a declaração mais escabrosa de Jair Bolsonaro no domingo não foi nenhuma dessas. O pior insulto não teve como alvo a integridade física de seus desafetos, mas a liberdade de imprensa. E outra vez ficou o dito pelo não dito. Ninguém protestou.
No momento em que conclamava seus cabos eleitorais a seguirem “mobilizados” até o dia 28, ele descreveu as condições ideais do que entende por um clima de eleições democráticas: “Sem mentiras, sem fake news, sem Folha de S.Paulo!”. E prosseguiu: “Nós ganharemos essa guerra. Queremos a imprensa livre, mas com responsabilidade. A Folha de S.Paulo é o (sic) maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre: parabéns! Imprensa vendida: meus pêsames!”
Sim, você leu corretamente. Ele celebra a “imprensa livre”, desde que essa imprensa siga o que ele, Bolsonaro, entende como “responsabilidade”. Pelo que lemos com absoluta clareza em seus gritos bélicos - bélicos, sim, pois o candidato se refere à eleição como uma “guerra” -, a “imprensa livre” terá direito de existir no governo dele, mas deve ser também uma imprensa que ele considere “responsável”. A Folha de S.Paulo, bem, essa aí ele parece considerar “imprensa vendida”. Por quê? Ele não explica. Talvez porque a Folha tenha publicado reportagens sobre as declarações de sua ex-mulher, que, no passado, se disse ameaçada por ele, e sobre mecanismos de difusão de notícias fraudulentas no WhatsApp que o teriam favorecido. De todo modo, o orador não esclarece nada.
Em seu telecomício anti-imprensa, o candidato extrapolou. Ameaçou a Folha com o corte futuro de “verba publicitária do governo”. Nesse ponto, suas inclinações pouco democráticas se escancaram. A partir de uma distorção da nossa República - a profusão de dinheiro público no mercado anunciante -, promete produzir uma segunda distorção, muito mais deletéria.
Para entender. Você sabe que os recursos da União, dos Estados, dos municípios e das empresas estatais, todos somados, totalizam bilhões de reais. A conta exata é impossível, pois os dados não são abertos. Mesmo assim, é possível afirmar que o maior anunciante do mercado publicitário no Brasil é o dinheiro público. Trata-se de uma enorme distorção. Diante disso, em vez de prometer mudar o quadro, Bolsonaro promete tirar proveito da distorção para punir os jornais que o criticam. E faz isso abertamente, sem a menor cerimônia. De queixo empinado, atropela o dever que teria, como administrador público, de agir conforme o princípio constitucional da impessoalidade. Ignora que ao servidor público não é facultada discricionariedade de comprar espaços publicitários conforme suas preferências partidárias. Ele não está nem aí. Seria uma ilegalidade, mas ele não liga.
Nem Benito Mussolini se atreveria a tanto. No dia 27 de janeiro de 1924, já primeiro-ministro, na abertura do Congresso de Imprensa Fascista e Philofascista, ele declarou que “a liberdade de imprensa não é somente um direito, mas um dever” (para quem duvida há uma nota a respeito na primeira página do jornal A Noite de 28 de janeiro de 1924). Nada de errado com a frase. O primeiro dever da imprensa é mesmo ser livre.
Mussolini nunca foi um liberal, mas, ao menos durante um tempo, segurava o facho. Tinha alguma educação. Podia até pensar que o primeiro dever da imprensa era elogiá-lo, mas maneirava no discurso. Sabia que a liberdade tinha defensores atentos. E hoje"***
141. Dreifuss, René Armand, 1964: A conquista do Estado. Ação política, poder e golpe de classe, Petópolis, Vozes, 1981.
263. Lima, Louren,co Moreira, A coluna Prestes (marchas e combates), São Paulo, Alfa-Omega, 1979.
302. Morais, Fernando, Olga, São Paulo, Alfa-Omega, 1979.
364. Ramos, Graciliano, Memória do cárcere, Rio de Janeiro, José Olímpio, 1954.
****The Raven: Edgar Poe traduzido por Milton Amado
**Benjamin, Walter. O anjo da história. Belo Horizonte, Autêntica, 2012.
Galeano, Eduardo. Memória del fuego (iii). El siglo del viento. Montevideo, Ediciones del Chanchoto, 1987.
***Estado de São Paulo
*Wagner, Richard. Tannhäuser WWV 70. Leipzig: C.F. Peters, 1920.
22.10.18
Camerata Aberta – Varèse
Grande Auditório do MASP
Camerata Aberta
Guillaume Bourgogne | regente
Quarteto Modigliani
Diana Ligeti | violoncelo
Guillaume Bourgogne | regente
Quarteto Modigliani
Diana Ligeti | violoncelo
Camerata AbertaAlunos da EMESP Tom Jobim
A Camerata Aberta apresenta três concertos gratuitos na série
extra-assinatura da Cultura Artística: nos dias 22 e 24 de outubro no
Auditório do MASP, com regência do maestro Guillaume Bourgogne e
participação do Quarteto Modigliani e da violoncelista Diana Ligeti;
e no dia 18 de outubro na 33ª Bienal de São Paulo, com a participação de
alunos da Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim).
Especializada na interpretação, divulgação e ensino da música dos séculos XX e XXI, a Camerata foi fundada em 2010 pela Santa Marcelina Cultura como corpo Artístico Pedagógico da EMESP. Com direção artística do compositor Sergio Kafejian, o grupo inaugura, a partir deste ano, uma nova fase de sua existência, na qual suas atividades passaram a ser geridas pelo seus músicos integrantes, direção e conselho artístico.
Na Bienal de São Paulo, a Camerata realiza a performance “Estados Transitórios”, junto à obra de Alejandro Corujeira e com repertório especialmente selecionado para a ocasião, incluindo uma peça inédita de Sergio Kafejian. "De forma a explorar sonoramente os espaços arquitetônicos do Pavilhão da Bienal, a performance Estados Transitórios desenvolve uma narrativa cujas forças de atração se fazem através da associação entre estados sonoros e espaços físicos do pavilhão. Esses estados, que se transformam ao longo do tempo, encontram no deslocamento espacial de seus materiais sonoros a lógica de condução de seu discurso", explica Kafejian.
Já no auditório do MASP, com ingressos gratuitos distribuídos uma hora antes da apresentação, a Camerata Aberta interpreta obras de Kaija Saariaho, Edgard Varèse, Valéria Bonafé, Tatiana Catanzaro, Rodrigo Lima e Alexandre Lunsqui com regência de Guillaume Bourgogne e a participação da violoncelista Diana Ligeti e do Quarteto Modigliani, que realiza concerto na Temporada 2018 da Cultura no dia 23 de outubro
22 de outubro às 20h30, MASP
VARÈSE Edgard - Octandre
BONAFÉ Valéria - Terceira Margen do Rio
LUNSQUI Alexandre - Telluris****
SAARIAHO Kaija - Terra Memoria
SAARIAHO Kaija - Notes on LightParticipação: Quarteto Modigliani
24 de outubro às 20h30, MASP
VARÈSE Edgard - Octandre
CATANZARO Tatiana - Ijareheni
LIMA Rodrigo - AntiphonasSolista: Pedro Bittencourt (saxofone)
****
SAARIAHO Kaija - Terra Memoria
SAARIAHO Kaija - Notes on LightParticipação: Quarteto Modigliani
Especializada na interpretação, divulgação e ensino da música dos séculos XX e XXI, a Camerata foi fundada em 2010 pela Santa Marcelina Cultura como corpo Artístico Pedagógico da EMESP. Com direção artística do compositor Sergio Kafejian, o grupo inaugura, a partir deste ano, uma nova fase de sua existência, na qual suas atividades passaram a ser geridas pelo seus músicos integrantes, direção e conselho artístico.
Na Bienal de São Paulo, a Camerata realiza a performance “Estados Transitórios”, junto à obra de Alejandro Corujeira e com repertório especialmente selecionado para a ocasião, incluindo uma peça inédita de Sergio Kafejian. "De forma a explorar sonoramente os espaços arquitetônicos do Pavilhão da Bienal, a performance Estados Transitórios desenvolve uma narrativa cujas forças de atração se fazem através da associação entre estados sonoros e espaços físicos do pavilhão. Esses estados, que se transformam ao longo do tempo, encontram no deslocamento espacial de seus materiais sonoros a lógica de condução de seu discurso", explica Kafejian.
Já no auditório do MASP, com ingressos gratuitos distribuídos uma hora antes da apresentação, a Camerata Aberta interpreta obras de Kaija Saariaho, Edgard Varèse, Valéria Bonafé, Tatiana Catanzaro, Rodrigo Lima e Alexandre Lunsqui com regência de Guillaume Bourgogne e a participação da violoncelista Diana Ligeti e do Quarteto Modigliani, que realiza concerto na Temporada 2018 da Cultura no dia 23 de outubro
22 de outubro às 20h30, MASP
VARÈSE Edgard - Octandre
BONAFÉ Valéria - Terceira Margen do Rio
LUNSQUI Alexandre - Telluris****
SAARIAHO Kaija - Terra Memoria
SAARIAHO Kaija - Notes on LightParticipação: Quarteto Modigliani
24 de outubro às 20h30, MASP
VARÈSE Edgard - Octandre
CATANZARO Tatiana - Ijareheni
LIMA Rodrigo - AntiphonasSolista: Pedro Bittencourt (saxofone)
****
SAARIAHO Kaija - Terra Memoria
SAARIAHO Kaija - Notes on LightParticipação: Quarteto Modigliani
18.10.18
Cronista de um Tempo Ruim
Vocês fizeram essa realidade, eu sou só o cronista (Ferréz)
O autor escreveu na revista caros amigos por 10 anos, além de inumeras colaborações com: folha de são paulo, Estadão, Le Monde diplatique, Brasil, RevistaTrip, e relatório da ONU.
Neste Livro pode - se encontrar a crônica sppcc, que o escritor escreveu meses antes dos atentatdos cometidos pela facção criminosa, assim como também a crônica Meu Dia na Guerra que, além de narrar os fatos após os atentados, denuncia as dezenas de chacinas que vieram em seguida.
O Autor
Nascido e criado no capão redondo, bairro da periferia de SP, começou a escrever aos 12 anos, seu primeiro foi fortaleza da Desilusão (1997) Seguido por Capão pecado, Manual Pratico do ódio, amanhecer esmeralda, O Pote Magico, Os Ricos também Morrem, Entre outros, Sua Obras foram traduzidas na Italia, Alemanha, Inglaterra, Portugal, Espanha, França e Estados Unidos.
Editora selo povo
A Selo povo é uma Editora Fundada na Periferia de São Paulo e já Publicou 8 Autores, nossa missão é trabalhar tanto o autor como o livro de forma digna.
www.selopovo.com.br
Medium: Facebook e Instagram, youtube
Vocês fizeram essa realidade, eu sou só o cronista (Ferréz)
o autor escreveu na revista caros amigos por 10 anos, além de inumeras colaborações com: folha de são paulo, Estadão, Le Monde diplatique, Brasil, RevistaTrip, e relatório da ONU.
Título Cronista de um tempo ruim
Autor Ferréz
Capa dura 21x28,9 cm, 4xo cores, escala europa em couchefosco LD 170g
Miolo: 1 cor, tinta preta em polen bold Ld
Lombada: 9 mm, dobrado, cartunagem, vinco capa, alceado, trilateral, laminação fosca, papelão 18
Projeto Gráfico Paulo Vidal de Castro & Thais Vilanova
Formato 14 x 21 cm
Fontes Caecilia & Syntax
O autor escreveu na revista caros amigos por 10 anos, além de inumeras colaborações com: folha de são paulo, Estadão, Le Monde diplatique, Brasil, RevistaTrip, e relatório da ONU.
Neste Livro pode - se encontrar a crônica sppcc, que o escritor escreveu meses antes dos atentatdos cometidos pela facção criminosa, assim como também a crônica Meu Dia na Guerra que, além de narrar os fatos após os atentados, denuncia as dezenas de chacinas que vieram em seguida.
O Autor
Nascido e criado no capão redondo, bairro da periferia de SP, começou a escrever aos 12 anos, seu primeiro foi fortaleza da Desilusão (1997) Seguido por Capão pecado, Manual Pratico do ódio, amanhecer esmeralda, O Pote Magico, Os Ricos também Morrem, Entre outros, Sua Obras foram traduzidas na Italia, Alemanha, Inglaterra, Portugal, Espanha, França e Estados Unidos.
Editora selo povo
A Selo povo é uma Editora Fundada na Periferia de São Paulo e já Publicou 8 Autores, nossa missão é trabalhar tanto o autor como o livro de forma digna.
www.selopovo.com.br
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Vocês fizeram essa realidade, eu sou só o cronista (Ferréz)
o autor escreveu na revista caros amigos por 10 anos, além de inumeras colaborações com: folha de são paulo, Estadão, Le Monde diplatique, Brasil, RevistaTrip, e relatório da ONU.
Título Cronista de um tempo ruim
Autor Ferréz
Capa dura 21x28,9 cm, 4xo cores, escala europa em couchefosco LD 170g
Miolo: 1 cor, tinta preta em polen bold Ld
Lombada: 9 mm, dobrado, cartunagem, vinco capa, alceado, trilateral, laminação fosca, papelão 18
Projeto Gráfico Paulo Vidal de Castro & Thais Vilanova
Formato 14 x 21 cm
Fontes Caecilia & Syntax
13.8.18
Fred Frith Trio com participação de Susana Santos Silva (ING/POR)
O guitarrista britânico Fred Frith integrou grupos de jazz rock e avant-garde como Henry Cow, Art Bears e Naked City. Com um trio, ele mostra o disco Another Day in Fucking Paradise, em show com participação da trompetista portuguesa Susana Santos Silva, destaque da cena de jazz contemporânea por seu talento em improvisar. A artista visual Heike Liss é responsável pelas projeções durante as apresentações.
Local: Teatro
Sesc Pompéia
30/08
QUI
21H
31/08
SEX
21H
Local: Teatro
Sesc Pompéia
30/08
QUI
21H
31/08
SEX
21H
Archie Shepp & Ritual Trio, com Kahil El’Zabar (EUA)
Um dos ícones do jazz avant-garde, o saxofonista americano Archie Shepp reúne-se com o percussionista Kahil El Zabar para um tributo a John Coltrane. Um de seus mais talentosos discípulos, Shepp tocou com Coltrane em seus últimos anos de vida.
Local: Teatro
Sesc Pompéia
01/09
SAB
21H
DOM
18H
Willy Corrêa de Oliveira

12h00
Caroline De Comi – sopranoGustavo Fontes – contrabaixo
Maurício De Bonis – piano
Rodrigo Prado – violoncelo
Escola Municipal de Música.
Tons da Escola. Núcleo Réplica.
Música de Câmara Hoje.
Programa: obras de Willy Corrêa de Oliveira.
Sala do Conservatório.
Cidade: São Paulo, SP
Data: 25/08/2018
Local: Praça das Artes Endereço: Av. São João, 281 - Centro - Tel. (11) 4571-0401 - Auditório e Escola de Música de São Paulo (80 lugares); Sala Mário de Andrade (200 lugares). Ingressos:
Entrada franca.
23.2.18
Sala Guiomar Novaes recebe recital dedicado a Willy Corrêa de Oliveira
O programa acompanha o percurso do autor ao lado de diversos poetas e inclui obras compostas para Caroline De Comi e Maurício De Bonis
No dia 25 de fevereiro, domingo, às 17h, a Sala Guiomar Novaes recebe o recital Willy Corrêa de Oliveira – primeiras audições III, apresentado pelo Núcleo Réplica. A entrada é gratuita.
O repertório traz uma amostra da extensa produção de Willy Corrêa de Oliveira para voz e piano, comentada pelo próprio compositor. O programa inclui diversas canções compostas para o duo formado por Caroline De Comi e Maurício De Bonis, que há cerca de quinze anos vem se dedicando à música contemporânea e ao trabalho de Willy Corrêa de Oliveira. A seleção de obras acompanha o percurso de Willy ao lado de diversos poetas: de Brecht a Hölderlin, de Emily Dickinson a Paul Celan, de Jorge Koshiyama a Alexandre Barbosa de Souza.
O crítico de arte Alfredo Bosi, em O desafio de traduzir Ungaretti, prefácio da edição bilíngue de poemas traduzidos e interpretados por Geraldo Holanda Cavalcanti, afirma a complexidade dos processos de tradução e interpretação. É o caso da relação entre poesia e música, que enfrenta um duplo desafio: a busca do registro em música de uma leitura do poema, durante o processo de composição, e a interpretação, no cruzamento entre as duas linguagens. Assim, os sentidos para a interpretação de uma canção devem ser descobertos e, muitas vezes, encontra-se aquilo que não estava previsto. Nem sempre o que é descoberto existe, muitas vezes é criado, surge de dentro da obra, já que a obra vive, sendo independente do criador.
Formado por Caroline De Comi, Maurício De Bonis, Gilson Antunes e convidados, o Núcleo Réplica dedica-se à interpretação e à criação como esferas inseparáveis da prática musical. O grupo atua na relação direta com compositores e seus processos de criação, na apresentação de repertórios referenciais para a criação musical contemporânea ou na recuperação crítica do repertório da história da música. Desde o início de suas atividades, o núcleo mantém uma dedicação especial à obra de Willy Corrêa de Oliveira.
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Projeto: Willy Corrêa de Oliveira – primeiras audições III
Dia 25 de fevereiro. Domingo, às 17h.
Entrada franca
Intérpretes:
Núcleo Réplica: Caroline De Comi (soprano) e Maurício De Bonis (piano) | Participação especial: Manuela Freua (soprano) | Comentários sobre as obras: Willy Corrêa de Oliveira
Programa : Obras para voz e piano de Willy Corrêa de Oliveira (nascido em 1938), comentadas ao vivo pelo próprio compositor.
Cantares por Diamantina (2ª versão, 1982/2001) (versos de Bertolt Brecht)
I. A exceção e a regra
II. As águas do rio
III. Se a pedra diz
IV. Entendimento
Se fôssemos infinitos (1990) (versos de Bertolt Brecht)
4 canções sobre poemas de Jorge Koshiyama (2001)
I. Coral
II. Antífona
III. Ricercata
IV. Vislumbres
Cristal (2001) (versos de Paul Celan)
Canções de Celan (versão para Caroline, 1997/2002) [versos de Paul Celan]
I. Fiapossóis
II. Os vestígios da mordida no nenhures
III. A mim
Uma porta (2011) (versos de Alexandre Barbosa de Souza)
Poema 3 (2011) (versos de Alexandre Barbosa de Souza)
3 Duetti, para duas vozes femininas* e piano (2005) (versos de Emily Dickinson)
I. Ample make this bed
II. A sepal, a petal and a thorn
III. Wild nights, wild nights
Sem título (2012) (versos de Alexandre Barbosa de Souza)
Replica (2013) (versos de García Lorca)
Não há rio… (2017) (versos de Alexandre Barbosa de Souza)
Canção terrível (2016) (versos de Alexandre Barbosa de Souza)
Ample make this bed (2017) (versos de Emily Dickinson)
Hölderlin Lied (2017) (versos de Friedrich Hölderlin)
Mais informações: (11) 3662-5177 (11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos) funartesp@gmail.com
Núcleo Réplica apresenta ‘Serial e Antes’, na Sala Guiomar Novaes
Recital acompanha o percurso dos compositores Alban Berg e Anton Webern em direção ao dodecafonismo
No dia 23 de fevereiro, sexta, às 20h, o Núcleo Réplica apresenta obras de Alban Berg (1885-1935) e Anton Webern (1883-1945). O recital, com entrada franca, é realizado na Sala Guiomar Novaes do Complexo Cultural Funarte SP.A apresentação acompanha o percurso de Berg e Webern em direção ao método de composição dodecafônico, proposto inicialmente por Arnold Schoenberg. O repertório mostra expressões distintas a que o método conduziu, o que é sinal de sua efetividade, e reforça a ideia de que o ambiente radical da composição dodecafônica não cessa de dialogar com a história da música.
A obra de Berg apresenta dois pontos extremos desse percurso: o tratamento do mesmo poema de Theodor Storm, Feche meus olhos, em duas versões, uma tonal e outra dodecafônica. As peças são repletas de simbolismos e mensagens cifradas sob as notas, o que é representativo do espírito romântico que nunca foi abandonado pelo autor. Entre a composição dessas duas peças, em um ponto já distante do sistema tonal e ainda bem distinto do dodecafonismo, situam-se as Quatro peças para clarineta e piano op.5. Elas são exemplos do chamado “estilo aforístico”, em que as informações apresentadas em um curto período condensam o potencial expressivo e respondem à ausência dos recursos tonais para a estruturação de discursos mais longos.
A música vocal também é um dos campos explorados com frequência pelos
compositores dessa época. Na ausência de uma organização em larga
escala, como no sistema tonal, a relação com o texto estrutura o
discurso, que se apoia em um recurso extramusical. Um exemplo distinto
das peças de Berg pode ser visto nas Quatro canções para voz e piano op. 12, de
Webern. Os textos usados têm diversas origens: uma tradução de um poema
clássico chinês, um trecho de um romance de August Strindberg, além de
poemas de Goethe e Rosegger inspirados em quadras populares. Na obra, a
relação com cada nuance do texto orienta a composição como um todo.
Essas canções podem, ainda, ser comparadas com outra proposta, os Quatro cânones sobre textos latinos op.16. Eles
evocam um lado religioso e recuperam uma técnica de composição típica
da Renascença, que adquire novo significado como procedimento serial.
Formado por Caroline De Comi, Maurício De Bonis, Gilson Antunes e
convidados, o Núcleo Réplica dedica-se à interpretação e à criação como
esferas inseparáveis da prática musical. O grupo atua na relação direta
com compositores e seus processos de criação, na apresentação de
repertórios referenciais para a criação musical contemporânea ou na
recuperação crítica do repertório da história da música.
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Projeto: Serial e Antes
Dia 23 de fevereiro. Sexta, às 20h.
Entrada franca
Intérpretes:
Núcleo Réplica: Caroline De Comi (soprano), Maurício De Bonis (piano), Gilson Antunes (violão), José Luiz Braz (clarinete)
Programa
Alban Berg (1885-1935)
Schliesse mir die Augen beide, para voz e piano (Feche meus olhos, versos de Theodor Storm)
1ª versão (1900)
2ª versão (1925)
Vier Stücke für Klarinette und Klavier, op.5 (1913) (Quatro peças para clarinete e piano)
I. Mäßig
II. Sehr langsam
III. Sehr rasch
IV. Langsam
Anton Webern (1883-1945)
Vier Lieder für Singstimme und Klavier, Op.12 (1917) (Quatro canções para voz e piano)
I. Der Tag ist vergangen (‘O dia passou’, versos de Peter Rosegger)
II. Die geheimnisvolle Flöte (‘A flauta misteriosa’, versos de Li Tai Po / trad. Hans Bethge)
III. Schien mir’s, als ich sah die Sonne (‘Parecia-me, quando via o sol’, versos de August Strindberg)
IV. Gleich und Gleich (‘Diga-me com quem andas’, versos de Johann Wolfgang von Goethe)
Fünf Canons nach lateinischen Texten für hohen Sopran, Klarinette und Bassklarinette, op.16 (1924) (Quatro cânones sobre textos latinos para soprano agudo, clarinete e clarone)
I. Christus factus est pro nobis (‘Cristo tornou-se obediente por nós’)
II. Dormi Jesu, mater ridet (‘Dorme Jesus, sua mãe sorri’)
III. Crux fidelis, inter omnes arbor una nobilis (‘Ó Cruz fiel, entre todas a árvore mais nobre’)
IV. Asperges me, Domine, hyssopo, et mundabor (‘Aspergi-me, Senhor, com o hissopo, e ficarei puro’)
V. Crucem tuam adoramus, Domine (‘Tua Cruz adoramos, Senhor’)
Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos)
funartesp@gmail.com
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Projeto: Serial e Antes
Dia 23 de fevereiro. Sexta, às 20h.
Entrada franca
Intérpretes:
Núcleo Réplica: Caroline De Comi (soprano), Maurício De Bonis (piano), Gilson Antunes (violão), José Luiz Braz (clarinete)
Programa
Alban Berg (1885-1935)
Schliesse mir die Augen beide, para voz e piano (Feche meus olhos, versos de Theodor Storm)
1ª versão (1900)
2ª versão (1925)
Vier Stücke für Klarinette und Klavier, op.5 (1913) (Quatro peças para clarinete e piano)
I. Mäßig
II. Sehr langsam
III. Sehr rasch
IV. Langsam
Anton Webern (1883-1945)
Vier Lieder für Singstimme und Klavier, Op.12 (1917) (Quatro canções para voz e piano)
I. Der Tag ist vergangen (‘O dia passou’, versos de Peter Rosegger)
II. Die geheimnisvolle Flöte (‘A flauta misteriosa’, versos de Li Tai Po / trad. Hans Bethge)
III. Schien mir’s, als ich sah die Sonne (‘Parecia-me, quando via o sol’, versos de August Strindberg)
IV. Gleich und Gleich (‘Diga-me com quem andas’, versos de Johann Wolfgang von Goethe)
Fünf Canons nach lateinischen Texten für hohen Sopran, Klarinette und Bassklarinette, op.16 (1924) (Quatro cânones sobre textos latinos para soprano agudo, clarinete e clarone)
I. Christus factus est pro nobis (‘Cristo tornou-se obediente por nós’)
II. Dormi Jesu, mater ridet (‘Dorme Jesus, sua mãe sorri’)
III. Crux fidelis, inter omnes arbor una nobilis (‘Ó Cruz fiel, entre todas a árvore mais nobre’)
IV. Asperges me, Domine, hyssopo, et mundabor (‘Aspergi-me, Senhor, com o hissopo, e ficarei puro’)
V. Crucem tuam adoramus, Domine (‘Tua Cruz adoramos, Senhor’)
Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos)
funartesp@gmail.com
13.2.18
Núcleo Réplica apresenta-se na Sala Guiomar Novaes
No segundo recital do projeto ‘Willy Corrêa de Oliveira – “primeiras audições”, as obras se alternam entre o canto e os momentos de silêncio
No dia 18 de fevereiro, domingo, às 17h, o Núcleo Réplica
apresenta, na Sala Guiomar Novaes, o projeto Willy Corrêa de Oliveira –
primeiras audições ii. A entrada é franca.
O recital se alterna entre o cantar e os momentos em que a voz se
silencia, dando lugar ao solilóquio entre ruídos, à flauta transversal,
ao violão, à flauta doce e ao piano. Um dos poemas, Rasgos,
de García Lorca, apresentado em voz e violão, sugere esse silêncio e a
conversa consigo mesmo, como nos versos: “Aquele caminho sem gente.
Aquele caminho”, “Aquele grilo sem lar. Aquele grilo.” e “E esta sineta
que dorme. Esta sineta…”
Nas peças para violão desacompanhado e também na obra Miserere, para piano, incitada pelo ciclo homônimo de Georges Rouault, o silêncio da gravura em metal e o ruído que o precede são transplantados para o que se possa revelar audível. A solidão nesse programa está presente em obras como El silencio, de García Lorca, e In den Geräuschen, de Paul Celan.
Formado por Caroline De Comi, Maurício De Bonis, Gilson Antunes e convidados, o Núcleo Réplica dedica-se à interpretação e à criação como esferas inseparáveis da prática musical. O grupo atua na relação direta com compositores e seus processos de criação, na apresentação de repertórios referenciais para a criação musical contemporânea ou na recuperação crítica do repertório da história da música. Desde o início de suas atividades, o núcleo mantém uma dedicação especial à obra de Willy Corrêa de Oliveira, compositor, professor e pianista.
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Projeto: Willy Corrêa de Oliveira – primeiras audições II
Dia 18 de fevereiro. Domingo, às 17h.
Entrada franca
Intérpretes:
Núcleo Réplica: Caroline De Comi (soprano), Maurício De Bonis (piano), Gilson Antunes (violão), Luciano Morais (violão), Sarah Hornsby (flauta transversal), André de Cillo (piano) | Participação especial: Maurílio Silva (flauta doce) | Comentários sobre as obras: Willy Corrêa de Oliveira
Programa:
Obras de Willy Corrêa de Oliveira (nascido em 1938)
El silencio, para soprano e silêncios (2013) [versos de García Lorca]
Caroline De Comi
Gesang des Abends, para flauta solo (1973)
Sarah Hornsby
Nove Gravuras para guitarra (2012)
Gilson Antunes
Noche, para voz e violão (2013) [versos de García Lorca]
Flor, para voz e violão (2013) [versos de García Lorca]
Rasgos, para voz e violão (2013) [versos de García Lorca]
Caroline De Comi, Luciano Morais
Duo I, para flauta e violão (1974)
Sarah Hornsby, Gilson Antunes
Miserere, para piano (1999-2017)
André de Cillo, Maurício De Bonis
Os olhos de Analivia, para voz e violão (2012) [versos de Donizete Galvão]
Caroline De Comi, Gilson Antunes
In memoriam Philadelpho Menezes, para flauta doce soprano (2000)
Maurílio Silva Junior (artista convidado)
En los ruídos, para soprano (2014) [versos de Paul Celan]
Caroline De Comi
Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos)
funartesp@gmail.com
Nas peças para violão desacompanhado e também na obra Miserere, para piano, incitada pelo ciclo homônimo de Georges Rouault, o silêncio da gravura em metal e o ruído que o precede são transplantados para o que se possa revelar audível. A solidão nesse programa está presente em obras como El silencio, de García Lorca, e In den Geräuschen, de Paul Celan.
Formado por Caroline De Comi, Maurício De Bonis, Gilson Antunes e convidados, o Núcleo Réplica dedica-se à interpretação e à criação como esferas inseparáveis da prática musical. O grupo atua na relação direta com compositores e seus processos de criação, na apresentação de repertórios referenciais para a criação musical contemporânea ou na recuperação crítica do repertório da história da música. Desde o início de suas atividades, o núcleo mantém uma dedicação especial à obra de Willy Corrêa de Oliveira, compositor, professor e pianista.
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Projeto: Willy Corrêa de Oliveira – primeiras audições II
Dia 18 de fevereiro. Domingo, às 17h.
Entrada franca
Intérpretes:
Núcleo Réplica: Caroline De Comi (soprano), Maurício De Bonis (piano), Gilson Antunes (violão), Luciano Morais (violão), Sarah Hornsby (flauta transversal), André de Cillo (piano) | Participação especial: Maurílio Silva (flauta doce) | Comentários sobre as obras: Willy Corrêa de Oliveira
Programa:
Obras de Willy Corrêa de Oliveira (nascido em 1938)
El silencio, para soprano e silêncios (2013) [versos de García Lorca]
Caroline De Comi
Gesang des Abends, para flauta solo (1973)
Sarah Hornsby
Nove Gravuras para guitarra (2012)
Gilson Antunes
Noche, para voz e violão (2013) [versos de García Lorca]
Flor, para voz e violão (2013) [versos de García Lorca]
Rasgos, para voz e violão (2013) [versos de García Lorca]
Caroline De Comi, Luciano Morais
Duo I, para flauta e violão (1974)
Sarah Hornsby, Gilson Antunes
Miserere, para piano (1999-2017)
André de Cillo, Maurício De Bonis
Os olhos de Analivia, para voz e violão (2012) [versos de Donizete Galvão]
Caroline De Comi, Gilson Antunes
In memoriam Philadelpho Menezes, para flauta doce soprano (2000)
Maurílio Silva Junior (artista convidado)
En los ruídos, para soprano (2014) [versos de Paul Celan]
Caroline De Comi
Mais informações:
(11) 3662-5177
(11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos)
funartesp@gmail.com
4.2.18
Willy Corrêa de Oliveira – Grupo Réplica
No dia 4 de fevereiro, às 17h, a Sala Guiomar Novaes recebe o projeto Willy Corrêa de Oliveira – primeiras audições I, realizado pelo Núcleo Réplica. A apresentação tem entrada gratuita.
Compositor, professor e pianista, Willy Corrêa de Oliveira nasceu em Recife em 1938. Em sua produção mais recente, destacam-se peças que remetem a uma reunião reservada ou a um ambiente intimista de conversa, leitura e reflexão. O Núcleo Réplica se propõe a correr o risco de reproduzir essa atmosfera em uma sala de concertos. O canto em português, criado sobre versos de poetas como Alexandre Barbosa, Donizete Galvão e Ruy Proença, conversa com o violão. As peças para piano, por sua vez, quase pedem um piano vertical, uma vez que o instrumento de cauda ocuparia grande espaço em uma conversa informal. Como contrapartida da conversa entre voz e violão, há ainda uma prosa com soprano e violoncelo, composta em duas versões sobre o poema Outro ouro, de Ruy Proença.
Formado por Caroline De Comi, Maurício De Bonis, Gilson Antunes e convidados, o Núcleo Réplica dedica-se à interpretação e à criação como esferas inseparáveis da prática musical. O grupo atua na relação direta com compositores e seus processos de criação, na apresentação de repertórios referenciais para a criação musical contemporânea ou na recuperação crítica do repertório da história da música. Desde o início de suas atividades, o núcleo mantém uma dedicação especial à obra de Willy Corrêa de Oliveira.
Sala Guiomar Novaes – Complexo Cultural Funarte SP
(Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP)
Projeto: Willy Corrêa de Oliveira – primeiras audições I
Dia 4 de fevereiro. Domingo, às 17h.
Entrada franca
Ficha técnica:
Núcleo Réplica: Caroline De Comi (soprano), Maurício De Bonis (piano), Gilson Antunes (violão), André de Cillo (piano), Rodrigo Prado (violoncelo) | Comentários sobre as obras: Willy Corrêa de Oliveira
Programa:
Obras de Willy Corrêa de Oliveira (nascido em 1938)
Outro ouro, para voz e violão (2015) [versos de Ruy Proença]
Poema breve, para voz e violão (2015) [versos de Mao Tse-Tung]
Equilíbrio, para voz e violão (2015) [versos de Donizete Galvão]
Madrigal, para piano (2017)
Mattina (1ª versão), para voz e violão (2015) [versos de Giuseppe Ungaretti
Mattina (2ª versão), para voz e violão (2015) [versos de Giuseppe Ungaretti]
Mattina (3ª versão), para voz e violão (2015) [versos de Giuseppe Ungaretti]
Epitalâmio, para piano (2016)
5 Cânticos para soprano e cello (2012) [versos de Ruy Proença]
I. Saudade
II. Fiat Lux
III. Amor
IV. Fruto
V. Poente
Modelos para armar, para piano (2009)
A noite entre paredes brancas, para voz e violão (2013) [versos de Alexandre Barbosa de Souza]
Canzone, para voz e violão (2015) [versos de Alexandre Barbosa de Souza]
Cantar, para voz e violão (2013) [versos de Alexandre Barbosa de Souza]
Ruba’i, para piano (2012)
Outro ouro, para voz e violoncelo (2015) [versos de Ruy Proença]
Mais informações: (11) 3662-5177 (11) 3822-5671 (bilheteria – abre uma hora antes dos espetáculos) funartesp@gmail.com
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