17.10.12

recital com obras recentes de Willy Corrêa de Oliveira

Notas Contemporâneas 

Edição de outubro recebe o compositor Willy Corrêa de Oliveira no MIS no dia 17
Em sua sexta edição no ano de 2012, o programa Notas Contemporâneas recebe o compositor Willy Corrêa de Oliveira, no MIS, Instituição da Secretaria de Estado da Cultura. O evento, que tem curadoria de Cleber Papa, acontece na quarta-feira, 17 de outubro, às 20h, e os ingressos já estão à venda na Recepção do MIS e pelo site da Ingresso Rápido.

Depois da entrevista com o jornalista Cadão Volpato, serão apresentadas as composições Quatro Canções (sobre o poema Infância de João Cabral de Mello), Song (poema de Seamus Heany), Rua Colômbia (poema de Rilke), Três Canções (com poemas de Alexandre Barbosa), El Testamento D’Amélia (com poema e melodia de autores desconhecidos). Todas as composições executadas para soprano e piano, com interpretação de Caroline De Comi (soprano) e Maurício de Bonis; Cinco Cânticos (poemas de Ruy Proença) – Heloisa Petri (soprano) e Teresa Cristina Rodrigues (violoncelo); Miserere interpretada por Maurício de Bonis (piano); Três Canções, para soprano e violão, com interpretação de Caroline De Comi (soprano) e Gilson Antunes (violão).

Notas Contemporâneas realiza a captura de depoimentos oral, mídia esta que se destaca no Acervo MIS, ao longo de seus 10 anos. O projeto atual, coleta registros orais de artistas da música erudita contemporânea. “Esta é uma iniciativa importantíssima para a música erudita, sendo provavelmente a única atividade focada no compositor contemporâneo”, ressalta Cleber Papa.

Willy Corrêa de Oliveira nasceu em 1938 em Recife. Foi nessa cidade onde o compositor iniciou os seus estudos musicais e recebeu suas primeiras inspirações para compor suas obras. Em 1960 o compositor passa a receber aulas de Olivier Toni, onde se inicia mais um período de influências e novas inspirações. O ex-professor mais tarde convidaria Willy para lecionar composição e disciplinas teóricas, com linguagem e estruturação musical, no Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, onde o compositor se aposentaria.


Notas Contemporâneas – Willy Corrêa de Oliveira
Data: 17/10
Horário: 20h
Auditório MIS (173 lugares)
Classificação etária: livre
Ingresso R$ 4 (inteira) | R$ 2 (meia) À venda na Recepção MIS (terças a sextas, das 12h às 21h30h | sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h30) e no site www.ingressorapido.com.br
Museu da Imagem e do Som - MISEndereço: Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo
Tel.: (11) 2117 4777
www.mis-sp.org.br
Estacionamento conveniado: R$ 8 (até as 18hs, por período de até 6 horas) | R$ 15 (período superior a 6 horas e após as 18hs). Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.
Fonte: Assessoria de imprensa do Museu da Imagem e do Som
Data: 17/10/2012

6.9.12

46º Festival Música Nova

Eu achei que não voltaria, mas neste ano voltou (mas principalmente em Ribeirão Preto, com apenas 3 eventos em São Paulo). O 1º de São Paulo começa hoje, segue a lista neste link: http://pt.scribd.com/doc/104211651/46°-Festival-Musica-Nova-Gilberto-Mendes

24.7.12

Wadade Leo Smith & Peter Brötzman

 Após a abertura dos grandes shows de Jazz que o Sesc está fazendo neste mês (que foi com o do Gary Bartz no final de semana passada, no Consolação, uma pequena lembrança de um grande geração), teremos neste final de semana dois grandes shows: do enorme Wadada Leo Smith (que já tocou no próprio Sesc com o Art Ensemble of Chicago, e acabou de fazer um show no Canadá com John Zorn e como o Bill Laswell que tem um belo CD como o) e do Peter Brötzmann (que também já fez um belo show com um trio de baixo e bateria, no Sesc também).

Faz um tempo que o Sesc traz todos o grandes jazzistas pós Ornette Coleman vivos (incluindo o próprio).

WADADA LEO SMITH (EUA) SESC Vila Mariana Dia(s) 27/07, 28/07, 29/07 Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h. O trompetista norte-americano de Mississipi apresenta o Ten Freedom Summers, lançado em 2012. Um trabalho de 21 peças inspiradas pelo ativismo do movimento dos direitos civis nos EUA desde o começo do século 20 até a década de 1970, constituindo-se em interpretação psicológica dos eventos pertinentes aquele momento. Com sonoridade próxima ao free jazz, essas peças são dividas em 3 partes, sendo que, para cada espetáculo, 7 serão executadas, ou seja, 3 concertos, sendo eles, Momentos Decisivos na América, O que é Democracia? e Ten Freedom Summers. Wadada começou a tocar bateria, mellophone e frenchhorn antes de se identificar com o trompete. Na década de 1970, estudou etnomusicologia na Universidade Wesleyan. Em meados da década de 1980, tornou-se Rastafari e passou a usar o nome Wadada (antes era conhecido apenas como Leo Smith). Além de trompete e flugelhorn, toca outros instrumentos mais tradicionais de outras partes do mundo, como o koto (instrumento de cordas japonês), kalimba (instrumento de percussão africano) e atenteben (flauta de bambu ganense). Para esta Mostra o músico traz o Wadada Leo Smith’s Golden Quintet, em companhia do vídeo artista Jesse Gilbert. PETER BRÖTZMANN / STEVE NOBLE / JOHN EDWARDS (ALE /GBR) SESC Belenzinho Dia(s) 27/07, 28/07, 29/07 Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h. Saxofonista e clarinetista autodidata, o músico alemão de free jazz está de volta ao Brasil, acompanhado do contrabaixista John Edwards e do percussionista e baterista Steve Noble, ambos ingleses. Juntos, realizam espetáculo baseado em seu recém-lançado álbum “...The Worse The Better”, gravado em 2010 no Café OTO em Londres. A gravação deu origem ao primeiro disco do selo OtoRoku, próprio da casa, disponível em vinil e download e se resume em 40 minutos de improvisação livre, especialidade de Brötzmann. Teatro.

21.6.12

Música de Agora Série de concertos reúne compositores e intérpretes da nova geração



O Itaú Cultural realiza entre 21 e 24 de junho o Música de Agora. Sob a curadoria do pianista Felipe Scagliusi, a série de apresentações tem como foco dar visibilidade a novos compositores da música de concerto atual.
A programação recebe a cada noite dois compositores, que participam de um bate-papo rápido e descontraído com o público sobre suas obras, que em seguida são interpretadas por outros músicos no mesmo palco. Segundo Scagliusi, o ambiente do evento proporciona a compositores e público “um contato direto e humano”.
No dia 21, os convidados são Rodrigo Lima, paulista radicado em Goiânia, e o mineiro Sérgio Rodrigo Lacerda. Na sexta-feira, 22, é a vez do catarinense Gustavo Lange Fontes e do paraibano Marcílio Onofre. No sábado, 23, apresentam-se o paulista Mauricio De Bonis e o mineiro Marcus Siqueira. Encerrando o evento, no domingo, 24, o Música de Agora recebe o paulista Felipe Lara e o carioca Marcos Balter. Radicados em Nova York, eles terão peças de sua autoria interpretadas pela International Contemporary Ensemble – ICE, que na ocasião também estará no Brasil em turnê.
Abaixo você confere a programação completa do evento.



programação 
série de concertos
sala itaú cultural
quinta 21
20h – músicos interpretam composições de Rodrigo Lima (GO/SP) e Sérgio Rodrigo Lacerda (MG)
bate-papo com Felipe Scagliusi, Irineu Franco Perpétuo e os compositores citados acima
compositor: Rodrigo Lima
“Pontos e Linhas” para oboé e percussão [8 minutos]
“Circuncello” para violoncelo solo [6 minutos]
“Dois Poemas” para soprano e dois violões (sobre poemas de Ferreira Gullar) [5 minutos]
“Recuerdos de Lunes” para piano solo [6 minutos]
“Sopro de Câmara” para flauta, saxofone alto e clarone [8 minutos]
duração: 33 minutos
compositor: Sérgio Rodrigo Lacerda
“Acquarello (Tintas Diluídas em Água)” para flauta, clarinete e piano [9 minutos]
“São Seus Olhos que Tremem” para piano solo [5 minutos]
“Corrupio” para piano solo [5 minutos]
“Corisco” para violoncelo e percussão [6 minutos]
duração: 25 minutos
intérpretes
Rodrigo Nagamori (oboé)
Herivelto Brandino (percussão)
Caroline De Comi (soprano)
Gilson Antunes e Luciano Cesar Morais (violões)
Mauricio De Bonis e Luiz Gustavo Carvalho (piano)
Mauro Brucoli (violoncelo)
Ensemble Brasileiro de Música Moderna:
Douglas Braga (saxofone)
Marco André dos Santos (flauta)
José Luiz Braz (clarinetes)

sexta 22
20h – músicos interpretam composições de Gustavo Lange Fontes (SC) e Marcílio Onofre (PB)
bate-papo com Felipe Scagliusi, Nelson Rubens Kunze e os compositores citados acima
compositor: Gustavo Lange Fontes
“Sonata Primitiva” para clarinete e piano [12 minutos]
“Hipnotizador” para flauta, clarinete, dois violinos, viola, violoncelo e piano [17 minutos]
duração: 29 minutos
compositor: Marcílio Onofre
“Prelúdio I: La Conscience de l’Inimaginable” para piano solo [6 minutos]
“Prélude II: Immatérialité des Objets d’un Rêve” para piano solo [5 minutos]
“Idioplastie I” para violino e violoncelo [5 minutos]
“Granum Volubile” para violino, violoncelo e piano [7 minutos]
duração: 23 minutos
intérpretes
José Luiz Braz (clarinete)
Marco André dos Santos (flauta)
Fernando Tomimura e Felipe Scagliusi (piano)
Flavio Meyer (violino)
Elisa Monteiro (viola)
Alexandre Kanji (violino)
Alberto Kanji (violoncelo)

sábado 23
20h – músicos interpretam composições de Mauricio De Bonis (SP) e Marcus Siqueira (MG)
bate-papo com Felipe Scagliusi, Irineu Franco Perpétuo e os compositores citados acima
compositor: Mauricio De Bonis
“Parciais em Pares” para violoncelo solo [4 minutos]
“Tetraedrum” para quarteto de cordas [5 minutos]
“Canção da Árvore de Mil Folhas” para soprano e violão (versos de Cláudio Daniel) [3 minutos]
“Cartões-Postais” para piano solo [5 minutos]
“6 Canções a Teus Pés” para soprano e piano (versos de Ana Cristina Cesar) [12 minutos]
duração: 29 minutos
compositor: Marcus Siqueira
“Como Lua, Sendo Sua” para soprano e violão (versos de Marcelo Sahea) [3 minutos]
“Fantasia Sommersa” para violão solo [11 minutos]
“The Child and the Musical Hammer” para piano solo [7 minutos]
“Gegenlicht para Quarteto de Cordas [11 minutos]
duração: 32 minutos
intérpretes
Alberto Kanji (violoncelo)
Simona Cavuoto e Alexandre Kanji (violinos)

Alexandre Razera (viola)
Caroline De Comi (soprano)
Gilson Antunes (violão)
Mauricio De Bonis e Felipe Scagliusi (piano)

domingo 24
20h – International Contemporary Ensemble (ICE) interpreta composições de Felipe Lara, Marcos Balter e John Cage, entre outros
bate-papo dos compositores Felipe Lara e Marcos Balter com Felipe Scagliusi
ICE – International Contemporary Ensemble
compositores e obras
John Cage – “Atlas Eclipticalis”
Marcos Balter – “And Also a Fountain” (fagote solo)
Elliott Carter – “Esprit Rude/Esprit Doux” (flauta e clarinete)
Felipe Lara – duo de flautas TBA
Daniel Puig – “Ti Yax-Tche – in the Tree of Life” (piano, clarinete, duo de flautas, guitarra, voz)
George Lewis – “Artificial Life 2007”
intervalo
Kampela – “Not I” (solo de trompa e lâmpada)
Kafejian – “In Harmonica”
Jocy de Oliveira – “Solaris” (oboé e tape)
Mario Davidovsky – “Synchronisms Nº 12” (clarinete e eletrônica)
Roberto Toscano – “...Transversal/Weight/Level...” (flauta, oboé, fagote, trompa, gongos múltiplos, thunder sheet [folha de zinco], violoncelo ou bumbo com arco, bumbo, piano)

sala itaú cultural 247 lugares
sala vermelha 80 lugares
[ingresso distribuído com meia hora de antecedência]

painéis de debate
sala vermelha
sábado 23
17h30 – Nos Sons da Mata
Felipe Lara traz ao público gravações e partituras para orquestra e formações de câmara, incluindo também a apresentação do DVD Nos Sons da APA SFX, projeto realizado na área de proteção ambiental de São Francisco Xavier, em São Paulo, que envolve improvisação, pesquisa sonora, sustentabilidade, ecologia e prática de conjunto. Em seguida, o convidado abre discussão com a plateia sobre as obras apresentadas

domingo 24
17h30 – A Sonoridade da Imagem
O documentarista Evaldo Mocarzel conversa com os compositores Marcus Siqueira e Thiago Cury sobre a relação entre música, cinema e trilhas sonoras.

Música de Agora
quinta 21 a domingo 24 de jun
[entrada franca]
[classificação livre]

participantes

 Evaldo Mocarzel é jornalista, documentarista, roteirista e dramaturgo. Dirigiu, entre outros documentários, À Margem do Concreto (2006), Mensageiras da Luz – Parteiras da Amazônia (2004), Do Luto à Luta (2005), BR-3, peça teatral filmada, documentário sobre o Rio Tietê (2009), e São Paulo Companhia de Dança (2010). Em 2010, assinou o texto de Kastelo, espetáculo do Teatro da Vertigem. 
Felipe Lara é doutorando pela Universidade de Nova York e estudou composição, orquestração e informática musical na Universidade de Columbia. Em 2008, lançou os CDs Quatro Visões Contemporâneas na Música Paulista, com o Arditti Quartet, e Música Plural, com o Percorso Ensemble.
Felipe Scagliusi, que assina a curadoria do evento, é pianista com mestrado pela Manhattan School of Music. Teve seu primeiro disco, com peças de Robert Schumann, lançado pelo selo britânico Avie Records em 2010 em mais de 50 países – recebendo calorosa recepção da mídia especializada. Radicado em Paris desde 2007, tem de apresentado com frequência pela Europa, pela América do Sul e pelos Estados Unidos.
Gustavo Fontes é compositor e duplamente pós-graduado na Alemanha em contrabaixo, instrumento de sua especialidade. Dedica-se à regência, à composição, à educação musical e à música de câmara. Desde 2009, é regente e diretor artístico da Orquestra Filarmonia Santa Catarina.
International Contemporary Ensemble (ICE) é dedicado à música experimental. Formado por 33 instrumentistas, o grupo promove a música contemporânea ao desenvolver novos trabalhos e estratégias para o envolvimento do público.
Irineu Franco Perpétuo é jornalista, colaborador do jornal Folha de S.Paulo e da revista Concerto e também correspondente no Brasil da revista Ópera Actual (Barcelona).
Marcílio Onofre é compositor, professor e coordenador do laboratório de composição musical da UFPB. Participou de festivais como o Académie Internationale de Musique et de Danse du Domaine Forget, no Canadá, o Cortona Session for New Music, na Itália, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea e o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.

Marcos Balter é compositor. Atualmente reside em Chicago, onde é o diretor do departamento de composição da Columbia College Chicago. Para mais informações e catálogo completo de obras, visite a página oficial do compositor: www.marcosbalter.com.

Marcus Siqueira
 é compositor. Foi premiado em concursos de composição no Brasil, além de receber bolsas de criação musical da Funarte, da Fundação Vitae e da RioArte. Ministrou aulas nos conservatórios de Bologna e Pesaro na Itália, em 2010, e estudou com Willy Corrêa de Oliveira (1993-2002). Atualmente é professor da Emesp e do Colégio Santa Cruz.
Mauricio De Bonis, que divide a direção musical do evento com Felipe Scagliusi (dos concertos de 21 a 23), é compositor e pianista. Doutor em música pela ECA/USP, onde se graduou em composição sob orientação de Willy Corrêa de Oliveira, participa regularmente de festivais nacionais e internacionais e mantém um duo dedicado ao repertório contemporâneo com a soprano Caroline De Comi.

Nelson Rubens Kunze é engenheiro e músico de formação. É fundador, sócio e diretor da empresa Clássicos Editorial Ltda., que, desde 1995, publica a revista Concerto, da qual é editor.
Rodrigo Lima é compositor e professor da Emesp. Estudou composição na UnB e mestrado na Unicamp e foi compositor residente do 5th International Forum for Young Composers 2008 em Paris. Sua música tem sido apresentada no Brasil e no exterior por conjuntos como Camerata Aberta, Ensemble Aleph, Sonor Ensemble e OrchestrUtopica. Em 2008 recebeu importantes prêmios, como o Internacional Iberoamericano Rodolfo Halffter de Composición, no México.

Sérgio Rodrigo
 Lacerda é compositor e, atualmente, realiza mestrado em composição na UFMG. Participa regularmente de festivais nacionais e internacionais de composição.
Thiago Cury é músico e produtor musical. Através de seu selo e editora Água Forte, desenvolve projetos culturais promovendo mostras, concertos, gravações e publicações de partituras, como Todo NazarethObras CompletasWilly Corrêa de Oliveira – o Presente e O Violino na Metrópole, entre outros. Em 2009 e 2010 atuou no Ministério da Cultura e na Funarte.

15.6.12

Carlos Reichenbach (Porto Alegre, 14 de junho de 1945 - São Paulo, 14 de junho de 2012)

Sentirei falta de todos os Carlos Reichenbach que já passaram por mim:
1) o diretor de vários tipos de filme (os meus preferidos são aqueles que ele tem várias funções [diretor de fotografia, compositor da trilha, etc] e que possuem cenas no centro de São Paulo [e do vale do Anhangabaú]; principalmente Olhar e Sensação e Alma Corsária [do qual fiz um trabalho totalmente a partir de citações dele, que já é recheado de citações (até Gilberto Mendes)]);
2) pai da amiga de minha irmã (Eleonora), onde já fui para a sua casa quando criança (eu sou da mesma idade do Leonel);
3) organizador da Seção (dupla) do Comodoro, que no início eu costumava ser o segundo da fila e ultimamente eu tentava sempre ir (mas nem sempre conseguia), onde, entre outras coisas, descobri Jodorowsky e vi em tela grande filmes como Eraserhead). Será muito difícil continuar sem estas primeiras quartas do mês...

Sempre me entristece quando morrem pessoas que admiro, mas com ele estou bastante triste, pois eram vários em um só.
Pensarei nele com alegria e saudades em todas as primeiras quartas; passando onde ele morava (e passo lá todo dia); e quando eu for ao CineSesc.

obrigado Reichenbach.

5.3.12

Giulio Girardi

(Il Cairo, 23 febbraio 1926 – Rocca di Papa, 26 febbraio 2012)

segue em anexo o arquivo de uma pequena edição (traduzida para o português) de um livro do presbítero, teólogo e filósofo italiano Giulio Girardi: Educar, para qual sociedade? (Educare: per quale società?)

tradução: Alexandre Barbosa de Souza, Marcelo Martorelli Vessoni, Silvia Bazi & Willy Corrêa de Oliveira
revisão: Alexandre Barbosa de Souza
projeto gráfico: Paulo Vidal de Castro & Thais Vilanova
tipo: Aldus
formato: 14cm x 21 cm
no de páginas: 128
tiragem: 300
gráfica: Prol
papel: polen bold 90g
impresso em 08/2011

http://www.thaisvilanova.com.br/girardi/educar-web.pdf
http://www.thaisvilanova.com.br/site/portfolio/educar-para-qual-sociedade/

3.2.12

Simona Cavuoto, O violino na metrópole

A violinista italiana Simona Cavuoto apresenta, dia 3 de fevereiro (sexta-feira, 21h) no Espaço Cachuera!, recital de lançamento do CD O Violino na Metrópole, com entrada franca.
Das oito peças gravadas, seis foram escritas especialmente para o projeto e todas foram trabalhadas junto aos compositores, fomentando um ambiente que reaproxima intérprete e compositor.
A partir do arco histórico da tradição do violino, as peças buscam um diálogo com a sociedade urbana contemporânea, com suas peculiaridades e idiossincrasias. Nesse desafio, ora resvalam nas origens do instrumento, ora almejam novas sonoridades, formas e relações harmônicas, onde o instrumento cujo timbre nos é tão familiar ganha espaço novo e inusitado em nossa percepção musical. De um lado a metrópole como símbolo da sociedade no século xxi e, de outro, o violino em sua memória de mais de quatro séculos de história revelam-se nos diversos gestos, afetos e cores alcançados nas composições reunidas.
À luz da vigorosa produção da música brasileira do século xxi para o violino, o projeto propõe um recorte singular em um repertório fruto de um elaborado e cuidadoso trato da linguagem musical.
O lançamento do CD
O Violino na Metrópole (pelo selo ÁguaForte) conta com o apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC - 2010), da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. A produção é da ÁguaForte.

Programa

Willy Corrêa de Oliveira
Allgemeine Periodik

Maurício De Bonis
Paulistinha (Imaginária)

Marcus Alessi Bittencourt
Um Móbile (seleção)Estandarte
Telegrama n. 1
Arboreto
Primeiro Espelho
Segundo Espelho
Espelho Último


Marcus Siqueira
Capricci Urbani
Capriccio I

Quase Barrocas
Pirano


Rodrigo Lima
Recitare


Intérprete

Simona Cavuoto
Italiana, nascida em Rimini, formou-se pelo Conservatório de Música G. Martini de Bolonha, onde estudou com G. Armuzzi e Enzo Porta. Frequentou o Mozarteum em Salzburgo, com Ruggero Ricci, e a Academia Musical Perosi em Biella, com Corrado Romano. Recebeu orientação em várias masterclasses
com Franco Gulli, Michael Frischenschlager, Kolja Blacher, Franco Mezzena, Valery Gradow e Osvaldo Scilla. Também estudou na Escola Internacional de Música de Câmara do Trio de Trieste e com Franco Rossi - violoncelista do Quarteto Italiano -, na Escola de Música de Câmara para Quarteto de cordas, em Firenze.
Foi premiada em vários concursos como o Concorso Internazionale di Musica da Camera di Caltanissetta, em 1999, Concurso F. Schubert, em 1989, Concorso Città di Monferrato, em 1990.
Desde cedo integrou vários grupos italianos de música de câmera como o Trio Schubert (1989 a 1996) e Quartetto Agorà (1995 a 2003). No Brasil, integrou o Quarteto Portinari (2006 a 2008) e desde 2007,integra o Trio Arkhé, formado por Heloísa Meirelles e Horácio Gouveia. Em 1997, ao lado de Emanuelle Baldini, gravou pelo selo Agorà um CD dedicado aos Duos para violinos do compositor Giovanni Battista Viotti.
Em 2003, venceu o concurso da Orchestra della Fondazione Teatro Verdi em Trieste; desde 2005 integra a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Colabora frequentemente com vários grupos voltados para música contemporânea, destacando o Percorso Ensemble e Camerata Aberta, gravando CDs, estreando obras de jovens compositores brasileiros e executando um vasto repertório consagrado de obras de compositores dos séculos xx e xxi. Toca em um instrumento J.B. Vuillaume de 1845.

Sobre as composições que integram o CD Violino na Metrópole, por seus autores:

Marcus Siqueira
3 Capricci Urbani (2011)
Trata-se de uma obra aberta que almeja retratar dois universos sonoros distintos: de um lado o espectro sonoro do violino advindo dos séculos xvii ao xix e de outro, intentamos uma nova profusão de sons, articulações e texturas advindas da estrutura física natural do instrumento. A escolha do nome “
Capricci” é inspirado diretamente de Paganini, porém, buscamos aqui um conceito de virtuosidade que esbarra em critérios como clareza, precisão técnica e principalmente a materialização de novas estratégias motoras que o violinista desenvolverá de modo a obter sons dúbios e complexos. A palavra “urbano” se relaciona com a poética da cidade grande que, de tão devastada em sua dimensão geológica natural, estabeleceu novos paradigmas sobre o lírico e o belo. Desta forma, intentamos aqui extrair timbres que aparentemente seriam débeis ou inadequados para um discurso musical tradicional.


Marcus Alessi Bittencourt
Um Móbile (2001)
Em dez vinhetas, duas semanas da intimidade de uma pessoa solitária, senhor único de uma nação deserta, declamadas por um instrumento solitário: algumas leituras de Mário de Andrade, mensagens crípticas lançadas flutuantes ao mar proverbial, um passeio ao parque e três tentativas malfadadas de autorretrato em meio a um vulto angelical. Como mote, Maiakovski:

Eu levantei como um halterofilista,
carreguei como um acrobata.
Após, gritei:
"Aqui está! Aqui! É seu!"
As donzelas esconderam-se de mim
como foguetes:
"Preferimos algo um pouco menor;
talvez melhor fosse dançar um tango..."
Não tenho condições de carregar tal fardo - mas carrego.
Eu gostaria de atirá-lo longe - mas eu sei
que eu não devo atirá-lo longe!
As réguas de minhas costelas não aguentarão o tranco.
A gaiola de meu peito estala com tamanha pressão.

Vladimir Maiakovski (1893-1930)



Willy Corrêa de Oliveira
Arya per Yara (2011)
Escutava a Sheherazade de Rimski e uma ideia ocupou-me, fixa: vislumbrava um movimento claro desde o agudo do violino baixando gradativamente até ao grave: um longo arpejo florido. De cada nota do arpejo florescendo uma “fioritura” ou um buquê ou um arranjo de flores. A cada novo regresso do arpejo as flores murcham, pétalas caem mais e mais, até que sobre apenas o ramo nu. Que essa ideia fosse compreendida como um estalo. Na realidade, a peça está apresentada no CD em outra ordem, embaralhada: à terceira aparição corresponde a ideia do arpejo totalmente florido; a primeira e a segunda das enunciações do arpejo apresentam diferentes etapas da perda de “fiorituri”. A última das enunciações do arpejo exibe-o como um galho que perdeu suas flores (fiorituri) , tanto aqui no CD como desde a ideia inicial.

Maurício de Bonis
Paulistinha (2011)Paulistinhas são pequenas imagens em barro ou madeira, produzidas por santeiros populares a partir de modelos portugueses – típicas da imaginária sacra paulista nos séculos xviii e xix. Imaginei uma Paulistinha em que o violino contasse do trabalho de esculpir. Num primeiro estágio, a peça de abertura (a madeira bruta sendo ferida pelos instrumentos), em que aos poucos se delineia a imagem almejada. Em um segundo estágio, o segundo movimento, em que a imagem se faz clara, polida, pintada. Para figurar minha escultura, utilizei como modelo um antigo canto de igreja registrado por Mário de Andrade, originário de um canto português (em minha “figura” o canto se transfigura na imagem que imaginei).

Rodrigo Lima
Recitare (2011)
Dois acordes, um quase “rasgueado” de violão, golpes de arco, linhas e uma voz quase muda, são alguns dos materiais que compõem a narrativa de Recitare. Não temos aqui a palavra como personagem tão expressivo e típico dos recitativos do período Barroco, mas é o próprio som emoldurado de diferentes maneiras que assume o papel principal, guiando essa espécie de declamação sonora. Para tanto, ao intérprete se exige grande flexibilidade, pois a música ao desenrolar do tempo sofre mudanças contínuas de momentos de extrema vida rítmica, sonoridades mais ásperas e outros momentos mais estáticos onde a voz em boca chiusa revela sempre um território mais sutil e lírico. Recitare é especialmente dedicada à violinista Simona Cavuoto, que me presenteou neste trabalho com sua dedicada e envolvente interpretação.

Willy Corrêa de Oliveira
¡
Oh! este viejo y roto violín!
Recopio, aqui, o poema “
Con el violín roto” de León Felipe, como introdução para a minha peça. Queria que o violino dissesse coisas alteradas, distintas, sim, poderia rumorejar, grunhir, que esbravejasse, mas, desta feita não cantasse, outrossim:
Con el violín roto

¡QUÉ MAL suena este violín!
León Felipe, vas a tener que comprarte otro violín...
— ¡A buena hora ...! ¡A los 80 años!
¡No vale la pena!
Con este mismo violín roto
voy a tocar para mí mismo
dentro de unos días «Las golondrinas»,
esa canción ¡tan bonita!
que los mexicanos cantan siempre
a los que se van de viaje.
¿Cómo empieza?
¡Adiós...! ¡Adiós...!
Cagh, Cagh..., ¡qué ronco estoy!
En verdad que suena muy mal este violín...
Pero con él tengo que tocar todavía
unas cuantas canciones
que se me olvidaron en mis Obras completas.
No quiero que se queden perdidas
en el barullo de mis papeles inútiles.


Marcus Siqueira
Quase Barrocas (2004-11)
Trata-se de uma obra metalinguística que tem como base três importantes compositores do Período Barroco: Bach, Tartini e Vivaldi. Esta obra busca estabelecer um discurso musical que dialoga às vezes direta e indiretamente com o gesto e afeto destes compositores. “
Linhas de Eisenach”, intentam um discurso polifônico que nasce de uma linha (melodia); aqui encontramos fragmentos de um tratamento bachiano. “Pirano”, está voltada diretamente a Tartini; todo seu lirismo esbarra em um conceito violinístico peculiar em seu tempo. “Venezia”, retrata a dimensão lírico-textural de Vivaldi; uma profusão intensa de gestos e afetos. Em “Memórias” encontramos fragmentos das três peças anteriores e outras memórias de gestos violinísticos presentes nos períodos que sucederam ao Barroco até o Séc. xx. Tudo muito “escondido” aos ouvintes mais preparados.

Willy Corrêa de Oliveira
Allgemeine Periodik
Quando meu pai morreu, anos passados: escrevi um pequeno Tombeau para ele, utilizando como material básico, (não mármores preciosíssimos), mas a canção, simples, que ele tanto cantava:
Nature Boy!
Movido pela morte de Pousseur, há pouco, tornei àquela canção. Agora, como uma espécie de REFRÃO que acomoda vozes vindas através dos ventos mais distantes: coplas que entoam por sua partida. O REFRÃO, desde sua primeira aparição (quase abstrata), distante, vai aos poucos – em suas voltas – chegando cada vez mais próximo da canção, no final. Utilizei o violino porque devia uma peça para a Simona Cavuoto e porque o violino mais canta – quanto mais esteja só.
“Embaraçoso aproximar-se da citação de Mozart, assim, fora do contexto”, disse-me uma amiga, e eu respondi-lhe: incrustrado no Concerto K 216, tampouco me parece que esteja a salvo no “contexto”. Aliás, nesta minha peça, as vozes que se sucedem, tendem a ampará-las, apenas, o que elas queriam dizer ao Pousseur, tudo iluminado por Mozart – mestre valoroso de dialética – ele (por seu turno) ,mestre de Pousseur, e Pousseur, meu mestre mais direto. Se não calhar, pode ser que não tenha bem compreendido a dialética ... ainda mais: na música.
O título da peça é o mesmo do curso inesquecível que Pousseur ministrou em Darmstadt, em 1962.

Recital de Lançamento do CD O Violino na Metrópole, de Simona Cavuoto
Data: 03 de fevereiro de 2012 (sexta-feira)
Horário: 21 horas
Local: Espaço Cachuera! - Rua Monte Alegre, 1094 - Perdizes - São Paulo
Entrada franca
Capacidade: 100 pessoas
Mais informações: 11 3872 8113 . 3875 5563 . cachuera@cachuera.org.br . www.cachuera.org.br

ÁguaForte Produções
11 3258 0615
producaoaguaforte@gmail.com . aguaforte@aguaforte.art.br

Idealização: Marcus Siqueira & Simona Cavuoto
Produção Musical: Thiago Cury
& Marcus Siqueira
Gravação: Carlos (KK) Akamine
Assistente: Silvio Romualdo
Coordenação de Estúdio: Shen Ribeiro
Mixagem: Homero Lotito (Estúdio Trilha Certa)
Masterização:
Homero Lotito (Reference Studio)
Gravado no estúdio Cachuera nos instrumentos J.B. Vuillaume de 1985 & David Baghé i Soler de 1997
Design Gráfico: Paulo Vidal de Castro & Thais Vilanova
Arte Original &
Fotos: Julio Kohl
Tipografias: Hoefler & Gothan

texto de Paulo Vidal de Castro e Thais Vilanova escrito no início da programação visual do CD:
Montagem
O princípio básico da capa é uma montagem. Tal qual a idéia de Eisenstein e os ideogramas japoneses. A montagem da imagem do minhocão com as 4 linhas como as cordas do violino sobre ele já diz: violino na cidade.
Logo antes das cordas do violino aparece a afinação tradicional, como vimos em um livro barroco sobre música escrito no ano 1650 (http://num-scd-ulp.u-strasbg.fr:8080/465/http://num-scd-ulp.u-strasbg.fr:8080/453/). Neste livro encontramos uma imagem sobre o movimento do som em um ambiente redondo, que é a mesma que aparece sobre o próprio CD (a ressonância musical que ocorre dentro dele).

Le Corbusier (1887–1965) e Leonardo Fibonacci (1170–1250)
Toda estrutura do tamanho das fontes e entrelinhamento (como uma escala dentro de uma harmonia) partiu a partir da combinação entre duas séries de Fibonacci (que se relacionam entre si) que foi utilizada por Le Corbusier em toda a sua arquitetura e proporção tipográfica:
4 / 6,5 / 10,5 / 17 / 27,5 / 44,5 / 72 / ...
/ 5 / 8 / 13 / 21 / 34 / 55 / 89
O bloco de texto e imagens do livrinho/encarte será criado a partir de princípios do livro Le Modulor (1954), de Le Corbusier.

Fontes – Jonathan Hoefler
Ambas as fontes (Hoefler e Gothan) foram criadas por Jonathan Hoefler – um grande tipógrafo contemporâneo que nasceu em 1970, e criou algumas das mais brilhantes (e profundas) fontes para serem utilizadas nas simples e planas impressões digitais atuais.
A Hoefler é uma família completa de tipos criada no início da era digital. O Jonathan criou uma fonte que utiliza várias citações: como criações do início do século xx, barroco, arabescos partindo do renascimento – entre outras influencias – para chegar em vários elementos novos deste século (pontuações, combinações entre acentuação e letras, versaletes em itálico, etc).
Já a Gothan (sem serifa) foi inicialmente encomendada para uma revista, e foi baseada em estruturas geométricas e atuais – tudo girando em torno de uma grande cidade (Nova Yorque, no caso). Ambas as fontes possuem uma perfeita combinação de estrutura tipográfica em relação à outra.

O nome da Simona sempre aparece com uma das opções do S da Hoefler que parece um ouvido de um violino. O mesmo ocorre com o Q – da Quase Barrocas –, que é uma citação Barroca desta tipografia; e o e – de Um Mobile – que tem a forma bem similar a um pedaço de uma escultura de Alexander Calder.