Ex-cunhado de Marcola do PCC pede votos para Nunes e vira alvo de ação por suposta coerção eleitoral
Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) foi flagrado em vídeo pedindo votos em Ricardo Nunes a funcionários terceirizados da prefeitura
A campanha de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), enfrenta uma séria acusação de coerção eleitoral e abuso de poder político e econômico. A denúncia, apresentada por parlamentares do PSOL, aponta que o Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), Eduardo Olivatto, que é ex-cunhado de Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, principal líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), utilizou uma empresa terceirizada para pressionar trabalhadores a votarem no atual prefeito.
De acordo com a representação protocolada pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo deputado estadual Carlos Giannazi e pelo vereador Celso Giannazi no Ministério Público Eleitoral (MPE) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Olivatto teria feito um discurso de tom coercitivo nas instalações da Potenza Engenharia e Construções, empresa contratada pela prefeitura de São Paulo para serviços de infraestrutura, solicitando que os funcionários votassem em Nunes.
O vídeo do ocorrido, amplamente divulgado nas redes sociais e confirmado pelo jornal Folha de São Paulo, mostra o Chefe de Gabinete direcionando os funcionários: "Será que eu consigo fazer com que vocês reflitam e a gente consiga buscar esse entendimento para a gente dar prosseguimento junto com o Ricardo Nunes?".
A Potenza, que presta serviços essenciais à prefeitura, como poda de árvores e manutenção de áreas verdes, recebeu mais de R$ 800 milhões em contratos desde 2021, o que, segundo os autores da ação, agrava ainda mais a situação. Eles argumentam que o uso de uma empresa terceirizada para fins eleitorais fere os princípios da administração pública e configura abuso de poder econômico e político.
"Não restam dúvidas que a conduta do Sr. Eduardo Olivatto viola princípios da administração pública, por ser flagrantemente ilegal, imoral e exercida em abuso de poder político e de autoridade, com o único intuito de beneficiar a recandidatura do atual Prefeito, e, para isso, macula a lisura do processo eleitoral", diz trecho da ação apresentada à Justiça Eleitoral.
Implicações legais
A denúncia invoca a Lei nº 13.165/2015, que reformou a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), enfatizando que a utilização de estruturas públicas ou de empresas terceirizadas contratadas pelo poder público para influenciar o resultado de eleições constitui uma grave infração. Além disso, os artigos 299 e 300 do Código Eleitoral preveem penas de reclusão e multas para crimes de assédio e coerção eleitoral.
O caso levanta questionamentos sobre a imparcialidade do pleito, uma vez que os trabalhadores terceirizados da Potenza podem ter se sentido pressionados a apoiar o atual prefeito em troca da manutenção de seus empregos, gerando um ambiente de intimidação.
"Ao constranger os trabalhadores a votarem no Ricardo Nunes em tom coercitivo, conforme comprova a matéria jornalística, o Sr. Eduardo Olivatto pratica ato de coerção, com a ameaça implícita de que os trabalhadores terceirizados serão prejudicados caso não contribuam com a reeleição do atual Prefeito", dizem os autores da denúncia.
"Fato é que a coerção dos funcionários da empresa terceirizada Potenza e o uso da estrutura pública para fins eleitorais violam não apenas os princípios da ética e da moralidade administrativa, mas também comprometem o ambiente de trabalho, fazendo com que os trabalhadores se sintam pressionados a tomar posições políticas para garantir a manutenção de seus empregos", prosseguem.
Quem é Eduardo Olivatto
Eduardo Olivatto, irmão de Ana Maria Olivatto, ex-mulher de Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, principal líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, atua como chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (SIURB) na gestão Ricardo Nunes (MDB) na Prefeitura de São Paulo.
A informação foi divulgada por Mateus Araújo e Thiago Herdy no portal Uol e confirmada pela Fórum no portal oficial da prefeitura de São Paulo.
Olivatto, que aparece em foto ao lado de Ricardo Nunes e de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é subordinado ao secretário Marcos Monteiro e à adjunta, Adriana Siano Boggio Biazzi, e atua como uma espécie de número 3 da pasta de Infraestrutura e Obras do atual prefeito, candidato à reeleição.
Ex-mulher de Marcola, Ana Maria foi assassinada em disputas internas do PCC em outubro de 2002.
Servidor de carreira da prefeitura, Olivatto é vinculado ao empresário Fernando Marsiarelli, que foi quem mais faturou com contratos emergenciais, sem licitação na gestão de Nunes, segundo o Uol.
Marco Antônio Olivatto, irmão de Eduardo e também ex-cunhado de Marcola, é secretário no gabinete do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), que foi preso em novembro de 2017 na operação Caixa D'Água, que investigava crimes eleitorais.
Figura histórica da política paulista, Antônio Carlos Rodrigues teria sido o fiador da negociata entre o PL, de Valdemar da Costa Neto e Jair Bolsonaro, que selou o apoio do partido ao prefeito Ricardo Nunes na tentativa de reeleição.
Ele foi nomeado como secretário parlamentar em 7 de junho deste ano, em meio aos acordos na pré-campanha, com um salário bruto de R$ 9.119,22.
https://revistaforum.com.br/politica/2024/10/22/ex-cunhado-de-marcola-do-pcc-pede-votos-para-nunes-vira-alvo-de-ao-por-suposta-coero-eleitoral-167833.htmlEx-cunhado de Marcola, do PCC, é chefe de gabinete da gestão Ricardo Nunes em SP
Eduardo Olivatto é chefe de gabinete na secretaria de obras. Outro ex-cunhado de Marcola, chefão do PCC, atua em gabinete do deputado do PL, de Costa Neto, e selou apoio de Bolsonaro à candidatura de Nunes
Eduardo Olivatto, irmão de Ana Maria Olivatto, ex-mulher de Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, principal líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, atua como chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (SIURB) na gestão Ricardo Nunes (MDB) na Prefeitura de São Paulo.
A informação foi divulgada por Mateus Araújo e Thiago Herdy no portal Uol e confirmada pela Fórum no portal oficial da prefeitura de São Paulo.
Olivatto, que aparece em foto ao lado de Ricardo Nunes e de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é subordinado ao secretário Marcos Monteiro e à adjunta, Adriana Siano Boggio Biazzi, e atua como uma espécie de número 3 da pasta de Infraestrutura e Obras do atual prefeito, candidato à reeleição.
Olivatto, que aparece em foto ao lado de Ricardo Nunes e de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é subordinado ao secretário Marcos Monteiro e à adjunta, Adriana Siano Boggio Biazzi, e atua como uma espécie de número 3 da pasta de Infraestrutura e Obras do atual prefeito, candidato à reeleição.

Ex-mulher de Marcola, Ana Maria foi assassinada em disputas internas do PCC em outubro de 2002.
Servidor de carreira da prefeitura, Olivatto é vinculado ao empresário Fernando Marsiarelli, que foi quem mais faturou com contratos emergenciais, sem licitação na gestão de Nunes, segundo o Uol.
Marco Antônio Olivatto, irmão de Eduardo e também ex-cunhado de Marcola, é secretário no gabinete do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), que foi preso em novembro de 2017 na operação Caixa D'Água, que investigava crimes eleitorais.
Figura histórica da política paulista, Antônio Carlos Rodrigues teria sido o fiador da negociata entre o PL, de Valdemar da Costa Neto e Jair Bolsonaro, que selou o apoio do partido ao prefeito Ricardo Nunes na tentativa de reeleição.
Ele foi nomeado como secretário parlamentar em 7 de junho deste ano, em meio aos acordos na pré-campanha, com um salário bruto de R$ 9.119,22.
Rachadinha e esquema com ex-cunhado de Marcola é "mais um escândalo de Nunes", diz Luna Zarattini
Vereadora afirmou que Nunes montou "balcão de negócios" e criou dutos para destinar mais de R$ 4 bi em contratos emergenciais, especialmente via secretaria de obras, onde cunhado de Marcola, do PCC, foi alçado à chefia de gabinete
A vereadora reeleita Luna Zaratini (PT-SP) classificou como "mais um escândalo" do "balcão de negócios" montado por Ricardo Nunes (MDB) na Prefeitura de São Paulo a denúncia feita por um servidor sobre um esquema de rachadinha e a relação do prefeito bolsonarista com o cunhado do ex-líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que foi divulgada pela Fórum nesta quinta-feira (24).
A denúncia, segundo o próprio autor que falou à Fórum de forma anônima temendo represálias, será apresentada à Polícia Federal nos próximos dias, incluindo todo o arcabouço probatória que ele afirma possuir.
Na entrevista - assista aqui -, o servidor paulista afirma que Nunes teria montado um esquema de rachadinha para abastecer sua campanha à reeleição e contou detalhes de como funcionaria um suposto esquema irregular em contratos emergenciais milionários na Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), cujo chefe de gabinete é Eduardo Olivatto, ex-cunhado de Marcola.
"O depoimento é muito forte e de uma pessoa que estava dentro da secretaria", diz Luna, que conta como Nunes montou um "balcão de negócios" na prefeitura que teria repassado cerca de R$ 4 bilhões em contratos emergenciais a famílias e pessoas ligadas a ele.
"A gestão Ricardo Nunes teve um aumento muito grande em contratos emergenciais, sem licitação e sem transparência nenhuma, para realização de obras. Esses contratos equivalem a R$ 4,3 bilhões. Nesses contratos a gente vê que várias empresas que ganharam estão ligadas a algumas famílias. A gente sabe, por exemplo, que algumas empresas são ligadas à família Braga, que é próxima do Ricardo Nunes, e há contratos também ligados a essa pessoa que foi citada, que é o Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da SP Obras e ex-cunhado do Marcola do PCC", contou a vereadora.
Luna afirma que a denúncia da Fórum fortalece a representação já feita pela oposição ao Tribunal de Contas do Município (TCM), que comprovou que se os mesmos contratos emergenciais fossem feitos de acordo com a lei das licitações custariam 4 vezes menos aos cofres públicos.
"A prefeitura não pode ser um balcão de negócios, tem que atender a demanda do povo, com licitação e transparência", afirmou Luna.
"Esse é mais um escândalo da gestão Ricardo Nunes, um escândalo importantíssimo para essa reta final porque tem muita coisa em risco nessa eleição", emendou a vereadora na entrevista ao Fórum Onze e Meia.
Rachadinha e PCC
Na entrevista exclusiva à Fórum, o servidor afirma que Nunes sempre teve muita influência na SIURB, desde o período em que o prefeito Bruno Covas ainda era vivo, e de quem o atual gestor era vice.
Nas palavras do denunciante, o candidato do MDB que busca um novo mandato no Palácio do Anhangabaú “oferecia cargos” para algumas pessoas para que “devolvessem parte dos vencimentos” dos supostos indicados, ou então nomeava colaboradores que nunca exerceram função alguma na prefeitura, a quem chamou de “fantasmas”.
“Quando foi assumido pela turma do Ricardo [Nunes], a SIURB fez parte da negociação do apoio do MDB à Prefeitura de São Paulo, na eleição do Bruno [Covas], [a pasta] é a única secretaria que o prefeito tem domínio total, inclusive ele já oferecia cargos em troca de rachadinha para pessoas que ele precisava colocar na campanha, ou funcionário fantasma, [para que] devolvesse parte do salário”, acusa o servidor.
Na denúncia, o funcionário da Prefeitura de São Paulo deu pormenores de como operaria um suposto esquema criminoso em contratos emergenciais celebrados entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) e empresas prestadoras de serviço. Ele começou falando sobre a entrada de Eduardo Olivatto para o cargo de chefe de gabinete da referida secretaria e de como ele teria colocado gente de seu convívio, com a anuência de Nunes, para tocar os trabalhos na pasta.
“Foi após a chegada do Eduardo [Olivatto] que a gente percebeu um aumento significativo e muito grande nesses contratos emergenciais. O departamento se chamava Licitações e Contratos, tinha a parte de cadastro, licitação e contrato. Tudo no mesmo departamento. Eles tiraram, separaram o Departamento de Licitações e Contratos e trancaram a Licitações, montaram um time onde quem é o chefe de tudo isso é o chefe de gabinete, e ele trouxe pessoas da confiança dele e também usou pessoas que já estavam lá”, relata.
Leia a reportagem na íntegra e veja o vídeo da entrevista na Fórum
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