18.9.24

burckhardt/a arte sagrada no oriente e no ocidente

Nenhuma doutrina acerca do divino consegue, em sua formulação, escapar ao caráter ilusório inerente aos  processos mentais, o que a faz atribuir seus próprios limites ao ilimitado e suas formas conjecturais ao sem-forma.

 

Nesse lugar, o homem está protegido da indefinição do espaço e do tempo, já que é ‘aqui’ e ‘agora’ que Deus está presente no homem.

7 Nas civilizações primitivas, toda  habitação é vista como uma imagem do cosmo, porque a casa ou a tenda contém e envolve o homem, nos moldes do grande mundo. Esta noção sobreviveu na linguagem dos mais diversos povos, que falam da ‘abóbada’ ou da ‘tenda’ do céu, e de seu cume, significando o pólo. Quando uma construção é um santuário, a analogia entre ele e o cosmo torna-se reciproca, porque o Espírito Divino ‘habita’ o santuário, assim como ‘habita’ o Universo. Por outro lado, o Espírito contém o Universo, de forma que a analogia é também válida no sentido inverso.


 

BURCKHARDT, Titus. A Arte Sagrada no Oriente e no Ocidente: princípios e métodos / Principes et méthodes de lart sacréé / Titus Burckhardt; tradução Eliana Catarina Alves, Sergio Rizek; nota do editor Sergio Rizek; prefácio Seyyed Hossein Nasr; 1995. São Paulo: Attar, 2004.

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