11.6.25

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<fase média>
[...] 
Exposição universal de 1851: 14.837 expositores; em 1855, 80.000 expositores.
[G 9a, 5]
A exposição egípcia de 1867 foi montada numa construção que imitava um templo egípcio.
[G 9a, 6]
[...] 
Simbologia animal em Toussenel: a toupeira. “A toupeira não é ... o emblema apenas de um caráter, é o emblema de todo um período social, o período do nascimento da indústria, o período ciclópico ... ela é a expressão alegórica ... do predomínio absoluto da força bruta sobre a força intelectual... Há uma semelhança marcante entre as toupeiras que remexem o solo e cavam vias de comunicação subterrâneas ... e os monopolizadores de vias férreas e de empresas de transporte... A extrema sensibilidade nervosa da toupeira que teme a luz ... caracteriza admiravelmente o obscurantismo obstinado desses monopolizadores de bancos e de transportes que também temem a luz.” A. Toussenel, LEsprit des Bêtes: Zoologie PassionnelleMammiferes de France, Paris, 1884, pp. 469 e 473-474.
[G 11,4]
[...]
Toussenel estabelece uma simbologia das curvas, segundo a qual o círculo representa a amizade, a elipse, o amor, a parábola, o sentido da família, a hipérbole, a ambição. O parágrafo sobre a hipérbole aproxima-se especialmente de Grandville: “A hipérbole é a curva da ambição... Admirai a persistência teimosa da ardente assintota, perseguindo a hipérbole numa corrida desenfreada; ela se aproxima, se aproxima cada vez mais do ponto de chegada ... sem jamais alcançá-lo.” A. Toussenel, LEsprit des Bêtes, Paris, 1884, p. 92.
[G 11a, 2]
Simbologia animal em Toussenel: o ouriço. “Voraz e de aspecto repulsivo é também o retrato do escrevinhador ínfimo, traficante de biografia e de chantagem, vendendo patentes de chefes de correio e concessões de teatro ... e tirando de sua consciência de alcachofra ... falsos juramentos e apologias a preço fixo... Diz-se que o ouriço é o único dos quadrúpedes da França sobre o qual o veneno da víbora não tem efeito. Eu teria adivinhado a exceção unicamente pela analogia... Como vocês querem ... que a calúnia (víbora) morda o vagabundo literário...! A. Toussenel, LEsprit des Bêtes, Paris, 1884, pp, 476 e 478.
[G 11a, 3]
[...]
A primeira edição de LEsprit des Bêtes, de Toussenel, data de 1847.
[G 12, 2]
“Consultei inutilmente a antigüidade para nela encontrar traços do perdigueiro... Interroguei a época do aparecimento dessa raça às lembranças dos mais lúcidos sonâmbulos; Unias as informações terminam na seguinte conclusão: o perdigueiro é uma criação dos tempos modernos.” A. Toussenel, LEsprit des Bêtes, Paris, 1884, p. 1 59.
[G 12, 3]
Toussenel explica a rotação da terra como resultante da força centrífuga e da atração. Mais adiante: “O astro ... começa a valsar sua valsa frenética... Tudo murmura, se move, se aquece, tudo cintila na superfície do globo, mergulhado, ainda na véspera, no frio silêncio da noite. Espetáculo maravilhoso para o observador bem posicionado; troca de cenários à vista, com um efeito admirável; porque a revolução aconteceu entre os dois sóis, e, na mesma noite, uma nova estrela cor de ametista fez sua aparição nos céus.” (p. 45) E, aludindo ao vulcanismo de épocas remotas da terra: “São conhecidos os efeitos da primeira valsa sobre as organizações delicadas... A Terra também foi rudemente sacudida na sua primeira prova.” A. Toussenel, LEsprit des Bêtes: Zoologie Passionnelle, Paris, 1884, pp. 44-45.
[G 12, 5]
Princípio da zoologia de Toussenel: “A classificação das espécies está em razão direta de sua semelhança com o homem.” A. Toussenel, L’Esprit des Bêtes, Paris, 1884, p. I. Cf. a epígrafe “‘O que há de melhor no homem é o cão.’ - Charlet.”
[G 12a, 1]
Apoiado por grande publicidade, Poitevin empreendeu com seu balão uma "subida a Urano”, acompanhado em sua gôndola de moças vestidas como figuras mitológicas. (Paris sous la République de 1848: Exposition de la Bibliothèque et des Travaux Historiques de la Ville de Paris, 1909 , p. 34.)
[G 12a, 2]
Não só em relação à mercadoria pode-se falar de uma autonomia fetichista, mas também em relação aos meios de produção, como demonstra a seguinte passagem de Marx: “Examinando o processo de produção sob o ponto de vista do processo de trabalho, o operário comportava-se em relação aos meios de produção ... como simples meio ... de sua atividade produtiva objetiva... É bem diferente tão logo examinemos o processo de produção sob o ponto de vista do processo da mais-valia. Os meios de produção transformam-se imediatamente em meios de apropriação do trabalho de outrem. Não é mais o operário que emprega os meios de produção, e sim são os meios de produção que empregam o operário. Em vez de serem consumidos por ele como elementos materiais de sua atividade produtiva, eles o consomem como força motriz de seu próprio processo de vida... Altos- fornos e fábricas que ficam parados durante a noite, não absorvendo trabalho vivo algum, são puro prejuízo’ para o capitalista. Por isso, os altos-fornos e as fabricas constituem uma reivindicação ao trabalho noturno’ dos operários.”17 Estas considerações devem servir para analisar Grandville. Em que medida o trabalhador assalariado é a “alma” dos objetos de Grandville, animados de forma fetichista?
[G 12a, 3]

BENJAMIN, Walter (1892-1940). Passagens / Das Passagen-WerkWalter Benjamin; edição alemã de Rolf Tiedemann; organização da edição brasileira Willi Bolle; colaboração na organização da edição brasileira Olgária Chain Féres Matos; tradução do alemão Irene Aron; tradução do francês Cleonice Paes Barreto Mourão; revisão técnica Patrícia de Freitas Camargo; pósfácios Willie Bolle e Olgária Chain Féres Matos; introdução à edição alemã (1982) Rolf Tiedemann. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.

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