Os donos do poder querem manter sua posição com sangue (polícia), com astúcia (moda), com magia (pompa).
[E 5a, 7]
O alargamento das ruas, dizia-se, teria sido realizado devido à crinolina.
[E 5a, 8]
[...]
Primórdios do urbanismo no Discours Contre les Servitudes Publiques (Discurso Contra as Servidões Públicas), de Boissel. “Desde que se suprimiu a comunhão natural dos bens através de sua distribuição, cada um dos proprietários cultivou o que bem entendia. Na época, a ordem social não sofria com isto, contudo, desde o surgimento das cidades, construídas de acordo com a preferência dos proprietários e seu máximo proveito, não houve mais consideração alguma por segurança, saúde e conforto da sociedade. Este foi principalmente o caso de Paris, onde se construíram igrejas e palácios, boulevards e passeios públicos, mas não houve a mínima preocupação em alojar a grande maioria da população. De maneira bastante drástica, ele descreve a sujeira e os perigos que ameaçavam o pobre transeunte nas ruas de Paris... Boissel posiciona-se então contra esta horrenda disposição das ruas e soluciona o problema ao transformar o andar térreo das casas em arcadas arejadas que oferecem proteção contra os veículos e as intempéries, antecipando assim a idéia dos ‘guarda-chuvas’ de Bellamy.”10 C. Hugo, “Der Sozialismus in Frankreich während der grofien Revolution”, parte I, “François Boissel”, Die neue Zeit, Stuttgart, 1893, XI, I, p. 813.
[E 6a, 3]
Sobre Napoleão III, por volta de 1851: “Ele é socialista com Proudhon, reformador com Girardin, reacionário com Thiers, republicano moderado com os partidários da república e inimigo da democracia e da revolução com os legitimistas. Ele promete tudo e assina qualquer coisa.” Friedrich Szarvady, Paris, vol. I [único publicado], Berlim, 1852, p. 401.
[E6a, 4]
<fase média>
“Luís Napoleão..., este reprçsentante do lumpemproletariado e de tudo que é embuste e fraude atrai lentamente a violência para si... Com divertido elã, ressurge Daumier. Ele cria o personagem fulgurante de ‘Ratapoil’, um atrevido cafetão e charlatão. E este ladrãozinho andrajoso que traz sempre escondido às costas um porrete assassino torna-se para ele a encarnação da decadente idéia bonapartista.” Fritz Th. Schulte, “Honoré Daumier”, Die neue Zeit, Stuttgart, XXXII, n° 1, p. 835.
[E 7, 1]
10 Edward Bellamy, no capítulo 14 do seu romance utópico Looking Backward: 2000-1887 (1888), descreve uma construção protetora contra as intempéries que cobrem calçadas e esquinas de ruas. (J.L.; E/M)
BENJAMIN, Walter (1892-1940). Passagens / Das Passagen-Werk / Walter Benjamin; edição alemã de Rolf Tiedemann; organização da edição brasileira Willi Bolle; colaboração na organização da edição brasileira Olgária Chain Féres Matos; tradução do alemão Irene Aron; tradução do francês Cleonice Paes Barreto Mourão; revisão técnica Patrícia de Freitas Camargo; pósfácios Willie Bolle e Olgária Chain Féres Matos; introdução à edição alemã (1982) Rolf Tiedemann. — Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.

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