Unidos sumidos
É ruim quando morre alguém de grande referência – como já morreram quase todas do séc.XX.
Mas também acho terrível quando morre (ou desaparece) alguém que você já tenha tido algum tipo de relação.
Exemplos:
1)
2) o pianista que tocava um piano muito velho (teclas caindo aos pedaços) no restaurante Vico d'o Scunizzo – (restaurante mil (10 mil) vezes menos interessante que o Giovanni, mesmo tendo pastiera e tudo) –. Eu adorava ver aquele pianista (acompanhado de seu baixista), tanto lá – onde trocávamos olhares –, assim como quando nos encontrávamos no centro – entre o Theatro Municipal e a biblioteca Mário de Andrade. Ele morreu, se não me engano, no ano passado;
3)Marta, mulher que ficava sentada nas calçadas, com vestidos bem coloridos (costurados por ela), cabelo pintado de loiro (com o apelido – que ela odeia – de Xuxa) e vários guarda-chuvas abertos. Escutava um rádio antigo e escrevia textos (ou xingamentos sem sentido) sem pé nem cabeça com um preconceito total contra todas as pessoas, crédulos e raças (e com muita pornografia até) que ela amarrava nas paredes e postes. Eu a via pelo menos uma vez por dia. Os locais mais comuns eram no começo da Higienópolis e ruas próximas, mas já a encontrei até na frente da Igreja São Bento como na Alameda Santos. Na terrível Revista de Higienópolis e região, apareceu uma foto de seus textos colados, se perguntando quem poderia ser. Ora, era impossível andar pela Higienópolis sem vê-la. E ela ficava também nas pequenas ruas de Santa Cecília escrevendo os seus textos. Eu tirei uma má foto dela a distância, mas ela pode ser vista no filme O zero não é vazio, de Marcelo Masagão. Infelizmente, faz mais ou menos 3 meses, ela (e seus textos) desapareceram. Eu, faz alguns anos, coleciono estes textos. A péssima revista bairrista disse que não sabe quem ela é (repórteres que nunca andaram na rua), mas na maioria dos textos tinha estes dados:
Marthia Pasquali RG. 7.896.631.0;
4)o maluco que se vestia de policial e orientava os carros na Rua Marquês de Itu na frente da Praça da República. (*antes da C.E.T., e mesmo no seu início, os policias também faziam o trabalho de marronzinhos – é provável que ele fizesse isso nesta época) Ele também desapareceu faz alguns anos (talvez tenha se aposentado do seu emprego já aposentado).
5) No último dia do ano passado (31/12/2008), morreu o grande Tide Hellmeister. Eu (e a Thais) fomos apenas uma vez ao seu ateliê (em Perdizes), indicados pelo Haron Cohen. Grande pena.